Polícia

Arrecadação de multas cresce 30% e Indaiatuba tem 6 infrações por celular ao volante por dia

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA – O total arrecadado com multas cresceu 31,65% na comparação entre o primeiro semestre de 2016 e o mesmo período deste ano. De acordo com dados levantados pela Prefeitura à pedido do Comando Notícia, as multas arrecadaram R$ 2.320.457,15 em 2017. No ano passado, o valor foi de R$ 1.762.558,02.

De janeiro a junho foram 6,5 multas por dia por uso de celular ao volante, chegando à segunda posição entre os cinco tipos de multas mais frequentes. No ano passado, usar o telefone enquanto dirigia era a quinta neste “ranking”, subindo 6,75% de 2016 para 2017. Ao todo, foram 1.111 multas deste tipo nos seis primeiros meses do ano passado e neste ano 1.186.

Renato Campestrini, gerente técnico do Observatório Nacional do Trânsito (ONSV), afirma que os motoristas brasileiros acham que “nunca vai acontecer com eles”. “As pessoas pensam que só uma “olhadinha” não tem perigo, mas nesses pequenos desvios é que acidentes, alguns graves e fatais acontecem. Dirigir e teclar o celular aumenta em 23 vezes o risco de um acidente. Isso sem contar que enquanto o condutor olha para a tela do celular, dependendo da velocidade percorre uma distância de um campo de futebol sem observar o que acontece a sua volta. Felizmente a última alteração no Código de Trânsito Brasileiro – CTB ocorrida em novembro do ano passado’ alterou a classificação dessa infração de média para gravíssima.”

“Indústria da multa”

O especialista rebate a ideia de que há uma “indústria da multa” no Brasil. “Não existe essa “indústria”, mas sim há um excedente de matéria prima. Ao observar o trânsito em uma avenida da cidade, em pouco tempo vamos perder a conta do número de condutores a transitar com o celular na mão, sem utilizar o cinto de segurança dianteiro, e em especial o do banco traseiro, a exceder claramente o limite de velocidade, a realizar conversão proibida e avançar o sinal vermelho do semáforo”, afirma.

“Um estudo realizado em São Paulo há alguns anos, apontou que para cada infração lavrada, outras dez mil não são autuadas. É um número assustador, mas essa é a realidade de nossas vias, e por isso nosso país mata tanto no trânsito”, prossegue. “Isto posto, para combater a tal “indústria da multa” basta o condutor respeitar as regras, pois somente quem desrespeita é autuado.”

Excesso de velocidade

A infração mais frequente, ainda de acordo com a Prefeitura, é o excesso de velocidade superior em até 20% ao permitido, mas ao todo o número caiu. Em 2016 foram 9.722 multas contra 8.256 do primeiro semestre deste ano. Em terceiro lugar está o estacionamento em desacordo com a regulamentação estacionamento rotativo. Nos primeiros seis meses do ano passado foram 1.318 casos, uma queda de mais de 18%.

Caíram também as multas por excesso de velocidade entre 20 e 50% do permitido. Na primeira metade do ano passado foram 1.186 infrações contra 995 neste ano, uma queda de 20,3% em comparação com este ano.

“Prejuízo” dos acidentes

Ainda segundo o especialista do ONSV, há uma situação caótica agravada pelos erros no trânsito. “Acidentes de trânsito acabam por causar transtornos tremendos à saúde pública do Município, Estado, pois leitos hospitalares, em sua maioria estão ocupados por vítimas de acidentes de trânsito”, analisa. “Além dos centros cirúrgicos ocupados em 50% para realizar procedimentos em vítimas de acidentes, enquanto pessoas com a saúde debilitada aguardam em casa, leitos para realizar tratamentos. Esse é um ponto que a sociedade quase sempre deixa passar em branco.”

Foto: Hugo Antoneli Jr/Comando Notícia