SP anuncia construção de barragem hídrica para abastecer Indaiatuba e mais 3 cidades; prazo de entrega é até 2025

O governo de São Paulo anunciou, nesta terça-feira (26), a construção de uma barragem hídrica que vai beneficiar a população de Indaiatuba (SP) e mais três cidades vizinhas, Salto (SP), Itu (SP) e Cabreúva (SP). O projeto foi divulgado pelo governador em exercício, o vice Rodrigo Garcia. A previsão é que a obra inicie no primeiro semestre de 2022 e dure três anos, com entrega projetada para 2025.
A represa será no Rio Piraí, terá capacidade de reservar 8,7 bilhões de litros de água e a obra será feita pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). Um total de 600 mil habitantes serão beneficiados, sendo 260 mil em Indaiatuba.
Barragem Piraí
- 386 metros de comprimento
- 15 metros de altura
- Espelho d´água de 1,3 km²
- Capacidade para armazenar 8,7 bilhões de litros de água
- Custo total: R$ 85 milhões (R$ 70 milhões do governo do estado e R$ 15 milhões do consórcio de municípios)
- Área desapropriada: 2,97 km²
“A barragem do Rio Piraí será uma realidade a partir do ano que vem. Nós temos o esforço das prefeituras que estão pagando a desapropriação. […] Os R$ 70 milhões de reais estão garantidos para não faltar dinheiro durante a obra”, afirmou Garcia. A licitação deve ser lançada ainda este ano.
Segundo a prefeitura, os governos municipais dividiram o custo de R$ 15 milhões necessários para as desapropriações, sendo R$ 7,5 milhões de responsabilidade de Indaiatuba e já aprovados pela Câmara Municipal. A barragem será construída em uma área entre as cidades de Salto e Itu.
“O rateio estabelecido pelo consórcio leva em consideração a proporcionalidade das populações de cada município integrante”, explicou a prefeitura de Indaiatuba.
Estiagem severa e abastecimento restrito
Municípios do interior do estado vivem os reflexos da estiagem severa com a falta de chuvas neste ano atípico. Cidades como Santo Antônio de Posse, Valinhos e Vinhedo estão em racionamento de água, com restrição no abastecimento para a população em geral. Indaiatuba não vive um rodízio, mas também depende, em maior parte, de água represada.
O projeto da barragem do Rio Piraí surgiu de um programa recente, lançado este mês pelo governo estadual, o “Água é vida”. A expectativa da ação é reforçar a segurança hídrica nas cidades que não são atendidas pela Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
Na entrevista coletiva aos jornalistas nesta manhã no Museu da Água, em Indaiatuba, Garcia não falou a respeito de outras novas barragens nas cidades da região de Campinas afetadas pela crise hídrica. Disse, apenas, que o governo está disposto em investir na perfuração de poços artesianos em Valinhos.
Barragens de Pedreira e Amparo
Na região, outras duas barragens começaram a ser construídas antes desta crise hídrica, em Amparo e em Pedreira.
- Barragem Duas Pontes no Rio Camanducaia, em Amparo: terá capacidade para acumular 53,4 milhões de metros cúbicos de água, além de garantir vazão regularizada de 8,7 mil litros por segundo. A obra começou em agosto de 2020 e a previsão é de entrega em 2022, mas houve embargo de cinco meses.
- Barragem de Pedreira: prevê abastecimento de 5 milhões de moradores nas 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Projeto para ocupar área de 3 km² foi aprovado após a crise hídrica de 2014 e ainda não foi concluído. A obra tem previsão de 28 meses de duração, mas também passou por embargos e falta de verbas. A previsão inicial de entrega era 2016.