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Catarata: Maioria tem alguma comorbidade nos olhos

Levantamento mostra que 6 em cada 10 têm alterações na lágrima. Tratamento garante mais precisão à cirurgia.

 

Ao lado da catarata e falta de óculos que respondem por 3 em cada 4 casos de deficiência visual no País, a síndrome do olho seco é a doença mais frequente para quem já passou dos 60 anos e em muitos caos até antes. Para se ter ideia, um levantamento realizado pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier nos prontuários do hospital, mostra que de 180 pacientes diagnosticados com catarata, 60% tinham olho seco. Desses, 81 eram mulheres, 27 homens e 45% nem desconfiavam da deficiência na lágrima que também deixa a visão embaçada. Isso porque, explica, a doença em muitos casos é assintomática, como acontece com mais da metade das alterações nos olhos.

 

Dá para se livrar dos óculos?

O médico afirma que a cirurgia de catarata é um dos procedimentos que mais agregou novas tecnologias nos últimos anos. “Já não está restrita à troca do cristalino, lente interna do olho, por uma lente intraocular (LIO) implantada no olho.  Hoje os pacientes têm expectativa de excelente qualidade de visão após a cirurgia”, comenta.  A cena é recorrente. Após o diagnóstico a primeira pergunta que muitos fazem é se vão ficar livres dos óculos quando passarem pela cirurgia, comenta. De fato, o oftalmologista diz que a última geração de lentes intraoculares, as trifocais,  oferecem excelente visão a uma distância de 30 e 60 centímetros. Cirurgias feitas com estas lentes eliminam simultaneamente a catarata, miopia, astigmatismo, hipermetropia ou presbiopia em um único procedimento. Mas o resultado depende muito da experiência do cirurgião, das condições de saúde dos olhos e de medidas exatas do globo ocular, a biometria, que determina a personalização da lente para cada caso.  Queiroz Neto afirma que a lente trifocal não é indicada para todos. “Por exemplo, para motoristas profissionais que fazem longas viagens noturnas com frequência a nitidez da visão à distância pode ficar abaixo do que necessitam. Já para quem passa a maior parte do tempo trabalhando no computador pode ser perfeita”, explica.

 

Pré-cirúrgico

O especialista ressalta que independente do tipo de lente, o tratamento do olho seco antes da cirurgia faz toda diferença. Isso porque, vários estudos mostram que o filme lacrimal instável ou irregular sobre a córnea que responde por mais de 70% da refração em nosso olho provoca imprecisão no cálculo da lente intraocular e compromete a correção refrativa da cirurgia.  Por isso, todo paciente passa por completa avaliação da lágrima antes da biometria que determina a potência da lente intraocular.

 

Tratamento

Em pacientes com insuficiência aquosa no filme lacrimal, Queiroz Neto afirma que o tratamento  pode incluir lágrima artificial, ácido hialurônico para dar suporte à regeneração da camada externa da córnea, oclusão do canal lagrimal em casos severos e soro autólogo. Quando a insuficiência ocorre na camada lipídica, que corresponde a 70% dos casos, as terapias utilizadas pelo oftalmologista são suplemento oral de ômega 3, e aplicações de luz pulsada na desobstrução profissional da glândula de  meibômio, higienização das pálpebras e tratamento dos casos de rosácea.

 

Cirurgia

O oftalmologista afirma que a cirurgia é rápida, indolor e no mesmo dia o paciente recebe alta. É feita com sedação e anestesia local com uma gota de colírio. Por uma pequena incisão no canto da córnea a catarata e expirada por um delicado instrumento e a lente é inserida na sequência. Muitos pacientes já acordam da cirurgia encantados com o ganho imediato de visão. Primeiro é operado um olho e depois o outro. Para que não haja intercorrências o médico afirma que é muito importante instilar os colírios rigorosamente conforme a indicação do cirurgião. Todos os pacientes recebem um manual de recomendações pós cirúrgicas. Qualquer desconforto a recomendação é marcar uma consulta imediatamente com o cirurgião.

De Eutrópia LDC