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HC da Unicamp vai enviar seus médicos para hospitais da região durante mutirão que mira 71,4 mil cirurgias

Modelo de atuação foca em cirurgias de baixa e média complexidade, e será testado pelo Hospital de Clínicas durante ação da Secretaria de Estado da Saúde. Se funcionar, se tornará permanente.

 

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp , em Campinas (SP), vai enviar parte do seu quadro médico para hospitais da região durante o mutirão de cirurgias anunciado pelo governo estadual. O foco serão os casos de baixa e média complexidade, e os pacientes não precisarão vir para a metrópole. Casos de alta complexidade continuarão no HC, segundo informou a unidade nesta quinta-feira (9).

Ao todo, a demanda informada pela Secretaria de Estado da Saúde é de 71,4 mil operações represadas nas 42 cidades que compõem o Departamento Regionald e Saúde (DRS) da 7ª Região. É uma fila resultante da prioridade necessária aos sintomáticos da Covid-19 nos útlimos dois anos. O prazo para zerar é de quatro meses – e começou a ser contado no dia 1 de junho.

“A DRS já entrou em contato com as cidades que se mostraram interessadas nesse auxílio, e elas vão fazer o levantamento dessas cirurgias de pequeno e médio porte. Vão mandar a demanda pra gente, número de pacientes e diagnóstico. […] Acredito que comece em julho”, disse em entrevista a coordenadora de Assistência do HC da Unicamp, Elaine Ataide.

A decisão de distribuir os cirurgiões faz parte de um novo modelo de atendimento que será testado durante o mutirão. Se funcionar bem, poderá se tornar permanente. Entre os procedimentos de baixa e média complexidade mais represados, estão cálculo na vesícula e hérnias.

Os pacientes indicados pelas prefeituras serão reavaliados para validar a necessidade dessas cirurgias agora, uma vez que estavam na fila há meses. Em seguida, as datas serão agendadas.

Já os casos de alta complexidade – que são o foco do HC – e outros ambulatoriais, como cirurgias oftalmológicas, continuarão sendo realizados no Hospital de Clínias da Unicamp, segundo Elaine. Os cirurgiões participantes vão atuar fora dos seus plantões de rotina.

Mutirão envolverá cirurgias extras em unidades da rede estadual, como o Hospital de Clínicas (SP) da Unicamp — Foto: Reprodução/EPTV

Mutirão envolverá cirurgias extras em unidades da rede estadual, como o Hospital de Clínicas (SP) da Unicamp — Foto: Reprodução/EPTV

Ao todo, serão atendidos 54 tipos de cirurgias de sete especialidades: aparelho circulatório, visão, digestiva e abdominais, osteomolecular e geniturinário, das glândulas endócrinas e nefrologia. Além do HC, outros hospitais públicos, filantrópicos e, pela primeira vez, particulares vão participar.

 

“O governo do Estado irá pagar uma tabela do SUS a mais para os serviços que optarem pelo mutirão, que será financiado pelo município por meio do Fundo Estadual da Saúde”, informou o DRS-7.

 

Parceria constante para reduzir filas

Segundo a coordenadora de Assistência do HC da Unicamp, Elaine Ataide, a parceria deve envolver também docentes da universidade e residentes de cirurgia geral. O modelo garantiria uma solução mais rápida para reduzir a fila, pois há unidades com infraestrutura na região, só que, antes, sem profissionais suficientes.

“Mesmo com profissionais disponíveis para as cirurgias, frequentemente faltam leitos para internação para esse tipo de paciente no HC. Já em outras cidades da região, há infraestrutura e leitos disponíveis, mas falta pessoal para realizar as cirurgias”, disse a coordenação.

Os médicos que atuarem no mutirão devem fazer os procedimentos em fins de semana, fora dos seus plantões e sem afetar o quadro do hospital.

A Direção Executiva da Área da Saúde da Unicamp ressaltou que o HC trabalha com 120% da sua capacidade, e que a ideia do projeto-piloto é que a frequência nos hospitais da região seja semanal ou quinzenal.

“Vamos analisar com cuidado a viabilidade dos deslocamentos de equipe junto à comissão de residência e aos conselhos dos hospitais. Queremos conhecer a exata abrangência da demanda e o tempo a ser dedicado a isso”, disse o diretor Oswaldo Grassiotto.

 

 

 

Com informações e foto: G1