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Família é orientada a cavar cova em cemitério no interior de SP para enterrar idosa de 95 anos: ‘absurdo’

A família de Antonia Rosa Iorio, de 95 anos, que morreu na última segunda-feira (6) levou um susto ao tentar levar o corpo da idosa para ser enterrado no Cemitério Municipal de Sete Barras, no interior de São Paulo. Os parentes foram informados que eles deveriam cavar uma cova para colocar o corpo da idosa. Indignados, os familiares preferiram enterrá-la ao cemitério de Itanhaém, no litoral paulista.

A nora da idosa, que prefere não ser identificada, contou à reportagem que Antonia estava há uma semana internada no Hospital Regional de Registro, no Vale do Ribeira, devido a uma fratura no fêmur após escorregar no quarto de casa. A idosa foi levada para Registro para passar por um procedimento cirúrgico que, segundo a nora, não era realizado no hospital local.

Ela afirma que a idosa parou de se alimentar aos poucos, não resistiu e morreu. Antonia nasceu em Sete Barras e, por isso, segundo a família, gostaria de ser enterrada na cidade natal dela. “A vida toda ela sempre falou isso, já que foi criada lá”, ressalta a nora.

Nora tenta realizar desejo de sogra de ser enterrada em Sete Barras, SP, e é informada que deveria cavar ela mesma a cova — Foto: Arquivo Pessoal

Nora tenta realizar desejo de sogra de ser enterrada em Sete Barras, SP, e é informada que deveria cavar ela mesma a cova — Foto: Arquivo Pessoal

A funerária de Registro entrou em contato com o Cemitério de Sete Barras. A família foi informada que, caso quisessem enterrar o corpo de Antonia no local, deveriam comparecer no cemitério às 7h do dia seguinte e cavar a cova.

“Eu tenho um seguro para sepultar um familiar meu e mesmo assim tenho que cavar a cova? Mas quando questionei, me disseram que ‘é assim que funciona em Sete Barras’”, afirma a parente.

A nora da idosa afirma que ligou na Prefeitura de Sete Barras e que a administração municipal confirmou essa informação. “Nos disseram que não tem coveiro e, se quisesse ser enterrado lá, o familiar tem que cavar o buraco. Parece piada”, desabafa.

Antonia deixou o filho, a nora e o neto, que foi acompanhante dela durante todo o tempo em que passou internada devido à fratura. A família tem um plano funerário e conseguiu sepultar a idosa na cidade em Itanhaém, município em que a família reside.

Porém, para a nora de Antonia, ainda permanece a revolta por não ter conseguido realizar a vontade da idosa e por ter passado por essa situação no cemitério: “Será que ninguém nunca reclamou disso ou achou um absurdo?”.

A reportagem  entrou em contato com a Prefeitura de Sete Barras, mas a administração municipal não se posicionou sobre o caso até a publicação desta reportagem.

 

 

 

 

 

Com informações: G1 Santos 

Foto: Reprodução/ Google Maps