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Centro de reabilitação devolve as araras ao céu de Araras (SP)

Quantas araras têm no céu de Araras? Se essa pergunta fosse feita dez anos atrás a resposta seria: praticamente nenhuma. A cidade do interior de São Paulo batizada com o nome de uma ave abundante no passado, ficou por muitas décadas órfã de sua mascote. A destruição das florestas e captura ilegal tiraram as araras do céu de Araras. Mas em 2014 a cidade começou a reescrever sua história.

Foi nessa época que o CRAS, Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, fez a primeira soltura de araras-canindé na região. O órgão da prefeitura recebe todo tipo de animal nativo que precisa de socorro. “Os animais chegam até a gente quando a população os encontra debilitados, através da polícia ou bombeiros. A partir daí eles passam por um processo de reabilitação até serem soltos na natureza”, explica o biólogo Fábio Luiz Cassiano.

A arara-canindé (Ara ararauna) é a mais comum no município. A espécie ocorre em quase toda América do Sul e vive cerca de 80 anos. No CRAS, o desafio é educar as aves criadas como pet para viverem soltas. “Temos que ensiná-las novamente a voar, interagir com outros indivíduos, se alimentar do que a natureza oferece e a fugir de predadores”, completa o biólogo.

Mas quase metade das araras que chegam ao CRAS não têm condições de viverem sozinhas na natureza. Ou porque se acostumaram demais com os cuidados humanos, ou porque tem alguma deficiência, como é o caso do Raul, que chegou sem as patinhas e hoje é mascote do Centro. Assim como ele, os bichos não aptos a vida livre passam a morar no Centro.

As araras com condições de viverem livres passam um período de adaptação em viveiros longe da cidade até o momento em que a gaiola é aberta. Desde o início do projeto 300 araras ganharam a liberdade e se espalharam por várias cidades do entorno de Araras.

Com informações de G1