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Problemas na coluna lideram afastamentos do trabalho em 2023

Um levantamento recente do Ministério da Previdência Social revelou que, no último ano, mais de 2,5 milhões de brasileiros foram afastados do trabalho por motivos de saúde, com a hérnia de disco lombar sendo a principal causa, seguida pela lombalgia. Outras hérnias de disco, na cervical e coluna torácica, aparecem em quinto lugar no ranking.

 

Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia da coluna, Dr. Antônio Krieger, esta tendência é alarmente, e reforça como é importante que a população esteja atenta aos sintomas e práticas que evitem essas lesões.

 

“Embora fatores genéticos desempenhem um papel relevante, as condições também estão fortemente ligadas a práticas laborais inadequadas, falta de ergonomia e exposição a cargas excessivas”, diz o cirurgião. “A prática regular de exercícios, o fortalecimento dos músculos do core, uma dieta equilibrada e evitar o tabagismo são estratégias eficazes para prevenir o problema,” afirma Krieger.

 

De acordo com os dados do Ministério da Previdência Social, a hérnia de disco lombar causou a maior quantidade de benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) concedidos no Brasil no ano passado com 51.453 afastamentos. Logo em seguida, em segundo lugar, está a dor lombar (lombalgia) com 46.964 casos e a degeneração discal em 5º lugar, com mais de 37 mil trabalhadores listados.

Sintomas – A hérnia de disco é uma condição que afeta o disco intervertebral da coluna, muitas vezes causada pelo desgaste precoce dessa estrutura. Contrariando a crença popular, as hérnias de disco são condições que não são exclusivas de idades avançadas.

“Pacientes entre 20 e 40 anos também podem ser afetados, muitas vezes no auge de suas atividades produtivas. Nas crises, os sintomas limitam significativamente as atividades diárias e laborais. Os sintomas incluem dor ciática, perda de força muscular e formigamentos nos membros inferiores que podem ser debilitantes e até causar incapacidades e déficit neurológico”, explica Krieger.

Tratamento – Segundo o especialista, embora cerca de 9 em cada 10 casos melhorem com tratamento clínico, exercícios físicos e fisioterapia, a cirurgia é indicada em situações de sintomas persistentes. Ele destaca que “a cirurgia pode ser realizada de forma minimamente invasiva, utilizando técnicas endoscópicas, proporcionando uma recuperação mais rápida ao paciente.”

Em geral, as cirurgias minimamente invasivas da coluna para tratamento de hérnias de disco permitem que o paciente receba alta hospitalar no mesmo dia.

Endoscopia da coluna é técnica minimamente invasiva, reconhecida como padrão ouro em tratamentos de hérnias de disco │ Foto: André Kazé / Comunicore

Sentir dor não é normal – Além das hérnias de disco, que podem surgir em toda a extensão da coluna vertebral e são caracterizadas por uma alteração anatômica dos discos intervertebrais, a lombalgia (dor lombar) representa a segunda maior causa de afastamento do trabalho e, apesar de atingir a mesma região da coluna, suas causas e diagnóstico são diferentes de uma hérnia de disco.

 

“A dor lombar é fortemente influenciada pelos nossos padrões de vida, e experimentou um aumento significativo pós-pandemia de Covid. Este aumento pode ser atribuído ao aumento do tempo gasto sentado, pela falta de ergonomia associada ao home office, ao estilo de vida sedentário e às posturas inadequadas no uso de smartphones e notebooks”, explica o especialista.

 

Na prevenção destes problemas, o ortopedista destaca também a importância de evitar níveis elevados de estresse, promovendo uma rotina saudável que inclua atividades físicas, práticas de relaxamento mental, posturas adequadas tanto no ambiente de trabalho quanto nas atividades domésticas.
 

“É fundamental que as pessoas compreendam que sentir dor não é uma condição normal. É um alerta do nosso corpo indicando que algo está errado. Se a dor persistir, é importante buscar a avaliação de um especialista. Um diagnóstico precoce sempre proporciona melhores resultados, seja no tratamento clínico ou cirúrgico.”

Com informações: Assessor de Imprensa – Comunicore

Foto ilustrativa – Divulgação