Tratamento com câmara hiperbárica apresenta eficácia na recuperação de lesões musculoesqueléticas e pós-cirúrgica de reconstrução do ligamento cruzad
Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o médico ortopedista Marco Demange orientou uma pesquisa de doutorado conduzida pelo Dr. Chilan Leite que mostrou a eficácia da câmara hiperbárica na recuperação de lesões musculoesqueléticas e pós-cirúrgica de reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho num estudo experimental. Esta pesquisa foi recentemente publicada no Journal of Orthopedic Research, importante revista médica da área.
“A lesão do ligamento cruzado anterior é comum em esportistas e a recuperação após o tratamento, geralmente cirúrgico, costuma ser longa, de quase nove meses.
Nossa ideia de favorecer esse processo de cicatrização utilizando a medicina hiperbárica no sistema esquelético foi baseada no fato que a oxigenoterapia hiperbárica melhorar o aporte de oxigênio nos tecidos menos vascularizados (como o novo ligamento reconstruído). A oxigenoterapia hiperbárica é usada há mais de 30 anos para cicatrizar tecidos em que a oxigenação é ruim, com destaque em locais com infecções bacterianas ou em grandes feridas. Ao entrar na câmera hiperbárica o paciente fica respirando com oxigênio a 100% e está submetido a pressão sobre o corpo duas vezes maior que a pressão atmosférica. Isso aumenta o transporte de oxigênio, pois permite que além de ser transportado pela hemoglobina, também corra pelo plasma, elevando o nível do oxigênio mais de seis ou sete vezes nos tecidos. Isso estimula a atividade das células, propiciando maior a crescimento e, portanto, permite que a cicatrização ocorrera com maior eficiência”, explica.
Vale ressaltar que este estudo aqui referenciado foi realizado em animais. Planejamos iniciar os estudos com pacientes. “Outro dado interessante é que nossa linha de pesquisa se abriu e será expandida para outros tecidos em que a cicatrização ruim. Por exemplo, além do ligamento cruzado anterior, citamos os meniscos, a cartilagem articular e tendões. Acreditamos que será uma interessante soma aos tratamentos ortopédicos”, diz o doutor Marco Demange.
Mais informações sobre ortopedista Marco Demange:
Professor Associado do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com mestrado, doutorado e livre-docência pela FMUSP. Pós-doutorado na Harvard Medical School (Boston – EUA) e no Hospital for Special Surgery – Weil Cornell Medical College (Nova Iorque – EUA).
Com informações: Agência Viva
Foto: Divulgação