do Bem Estar
Há algum tempo, endocrinologistas descobriram que a gordura não é apenas um reservatório de energia passiva do organismo. Ela libera compostos que contribuem para mudar todo o metabolismo — inclusive, com alterações que levam ao desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Pensando nisso, experimento apresentado nesta terça-feira (22) em reunião anual da “American Chemical Society” desenvolveu uma esponja de polímero que impede que a gordura “converse” com o restante do corpo.
O polímero já é um material usado em stents, suturas e outros dispositivos médicos implantáveis.
Desenvolvida pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, a esponja foi testada em camundongos. Pesquisadores implantaram o material em cobaias obesas que desenvolveram sintomas semelhantes aos da diabetes.
No diabetes tipo 2, órgãos do corpo perdem a capacidade de absorver moléculas de açúcar e, com isso, essa glicose fica circulante na corrente sanguínea — situação altamente tóxica para o organismo.
Resultados indicam possível tratamento
Após três semanas de dieta rica em gordura, ratos com as esponjas tiveram aumento de 10% na gordura corporal, enquanto que cobaias sem o implante ganharam 30% mais gordura corporal.
Ainda, camundongos com a esponja apresentaram 60% de aumento de transportadores de glicose tipo 4 (GLUT 4), proteína que ajuda a transportar esse “açúcar perdido” para dentro das células.
Agora, pesquisadores estão tentando identificar por que a esponja reduziu a gordura e os níveis de glicose no sangue. A ideia é ajustar a estratégia para que ela seja mais eficaz e vire um tratamento viável para diabetes tipo 2 no futuro.