HUGO ANTONELI JUNIOR
INDAIATUBA – Antes de ler, respire. Está bem seco, né? Foram mais de dois meses sem chuva, o maior em 2017. O resultado? Seis atendimentos por hora, mais de 147 por dia e números que superam 8,8 mil neste período. Os números foram contabilizados pela assessoria do único hospital público da cidade, o Augusto de Oliveira Camargo (Haoc), a pedido do Comando Notícia. Não foram necessariamente 8,8 mil pessoas, mas, sim atendimentos, ou seja, se uma pessoa foi ao hospital duas vezes neste período, foram contabilizados dois atendimentos, conforme explica o hospital.
Tudo, às vezes, começa com a tosse. E, de acordo com o médico nefrologista e coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Fabrício Torres Milani, que atende no Haoc, é o sistema de defesa do pulmão. “Deve-se evitar a automedicação, porque pode atrapalhar essa “defesa” que o próprio organismo tem. O ideal é não esperar mais do que três dias para procurar o médico em caso de suspeita de alguma doença respiratória”, afirma.
Os mais vulneráveis, ainda segundo o especialista. “São mais acometidos porque o sistema imunológico responde de forma diferente, principalmente porque nas crianças ainda não está totalmente maduro para todas as defesas, e nos idosos o sistema já está envelhecido e a resposta dele é mais lenta”, diz. “Se tiver com morbidade, diabetes, pressão alta, é pior ainda. Esses são os grupos que têm que procurar a unidade básica mais cedo.”
Indaiatuba ficou dois meses sem ver chuva. No dia 14 de agosto, finalmente a cidade teve a previsão dos institutos meteorológicos cumpridos.
Recomendações e remédios caseiros
Apesar de não recomendar a automedicação, Fabrício fala sobre alimentos que podem ajudar quem está com estes problemas. “O gengibre e o alho têm um papel importante no tratamento de vias respiratórias, assim como o xarope caseiro de guaco é uma boa alternativa para aliviar os sintomas”, revela.
Além da alimentação, alguns hábitos podem ajudar. “Sempre casa limpa. Toalha molhada ajuda, mas tem que ficar na cabeceira, vaporizadores e umificadores vão bem. Sempre limpar com pano úmido , deixar sem poeira. Tirar o maior número possível de alergenos: animal de estimação para fora por causa do pelo e dos ácaros que eles carregam, e deve-se evitar tapete e cortinas também por causa dos ácaros e poeira”, encerra.
Foto: divulgação
