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Entenda como é a cirurgia refrativa para alta miopia

A miopia, dificuldade de enxergar à distância, é uma das maiores causas de deficiência visual grave em todo o mundo. A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que até 2050 4,75 bilhões de pessoas serão afetadas pela miopia e dessas 1 bilhão pela alta miopia. No mesmo ano a estimativa para o Brasil é de 105 milhões de míopes e 17,1 milhões de altos míopes usando lentes corretivas de 6 graus ou mais. “Uma pessoa com alta miopia não consegue se levantar da cama ao amanhecer sem óculos, tem dificuldade para realizar as mais corriqueiras atividades do dia a dia, sofre restrições profissionais, esportivas e sociais, além de ter maior tendência à depressão e isolamento”, afirma o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier de Campinas e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Isso acontece porque a visão é o mais dominante de nossos sentidos. Responde por 85% de nossa integração social e com o meio ambiente.

 

Por isso a cirurgia refrativa é o sonho de muitos. Adriana, nome fictício, foi uma das pacientes operadas este ano por Queiroz Neto. Ela conta que aos 8 anos descobriu que ia precisar usar óculos. Desde o começo a miopia já era meio alta, relata. Conforme os anos passaram foi progredindo até chegar a 13,5 graus em um olho e 13 no outro. Sem óculos ou lente enxergava tudo embaçado. “Foi quando descobri que podia fazer a cirurgia com dr. Queiroz Neto. Depois de uma batelada de exames marcamos a cirurgia. Quando tirei o curativo do primeiro olho não acreditei. Estava enxergando tudo muito nítido com um dia de cirurgia. Uma semana depois operei o outro olho. Foi a melhor decisão que tomei em mina vida”, desabafa.

 

Fatores de risco

Por sorte, os exames pré-cirúrgicos não impediram a realização do sonho de Adriana. Queiroz Neto explica que a alta miopia aumenta o tamanho do olho. Por isso. pode ocasionar aumento da pressão intraocular e consequentemente o glaucoma, além de aumentar o risco do descolamento da retina que se torna mais frágil e da  maculopatia mióptica uma condição que afeta a porção central da retina e leva à perda irreparável da visão.

Queiroz Neto ressalta que outras contraindicações para a cirurgia refrativa em altos míopes são: ter a profundidade da câmara anterior com pelo menos de 3,2 mm porque a câmara posterior rasa pode induzir o paciente ao glaucoma após a cirurgia e já ter passado por alguma cirurgia na córnea.

 

Como é a cirurgia

Queiroz Neto afirma que a cirurgia não requer internação e o paciente deve comparecer acompanhado pois recebe alta no mesmo dia mesmo. O procedimento dura de 20 a 30 minutos . É iniciado com aplicação de anestesia local e uma sedação leve. A lente é introduzida no olho através de uma pequena incisão na borda da córnea e fica presa atrás da íris, parte colorida do olho. Por não retirar tecido da córnea permite recuperação mais rápida, sem dor ou ressecamento da lágrima conforme acontece após a cirurgia refrativa a laser. 

 

Indicações

A correção cirúrgica da alta miopia e indicadas para quem tem de 21 a 45 anos, miopia de 6 a 18 dioptrias e estabilidade de grau há pelo menos um ano, conforme ocorre em toda cirurgia refrativa. Queiroz Neto ressalta que o uso dos colírios conforme a indicação no pós-cirúrgico é crucial para garantir o sucesso do procedimento. Além disso, é essencial comparecer aos retornos e manter as consultas periodicamente. Isso porque, a alta miopia tem correção mas não tem cura, provoca alterações na estrutura do globo ocular  e por isso requer acompanhamento permanente, finaliza.

Com informações: LDC Comunicação

Foto: Divulgação