Há 34 anos, tornado deixou 15 mortos em Itu; região volta a ficar em alerta para ventos fortes

A ventania, de acordo com registros da imprensa na época, começou no fim da tarde de 30 de setembro de 1991, por volta das 18h30, com o tornado atingindo a categoria EF3, numa escala que vai até cinco.

EF3″ é a abreviação de “Enhanced Fujita 3”, ou seja, o tornado chegou à classificação 3 na escala Fujita Aprimorada. Entenda mais aqui.

Dez dos mortos estavam dentro de um ônibus de estudantes que percorria a rodovia Santos Dumont (SP-75). O grupo havia saído de Salto (SP) e seguia em direção a Sorocaba (SP).

A velocidade do vento superou os 300 km/h, e as marcas de destruição ficaram visíveis por toda a cidade: casas destelhadas, postos de combustível com a cobertura arrancada e até um hotel totalmente destruído.

Entre os sobreviventes estava o então funileiro Milton Veronessi, que perdeu a oficina e a própria casa.

“Fiquei sem água 20 dias, sem luz por 15 dias, chovendo durante um mês e sem telhado na casa. Ao menos ficamos aliviados porque ninguém da família se feriu”, contou em entrevista à TV TEM em 2013.

Segundo uma pesquisa da Unicamp, publicada em 2012, o tornado é apontado como um dos mais violentos já registrados no país.

O geógrafo Daniel Henrique Candido disse que, inicialmente, imaginava-se que Santa Catarina ou Rio Grande do Sul seriam os estados onde a incidência de tornados é mais frequente por conta das condições atmosféricas e relevo. Foi no Sul do país, inclusive, que uma cidade foi devastada por um tornado neste sábado com seis mortos.

Após um mapeamento, o pesquisador estabeleceu um modelo do risco anual de ocorrências de tornados no país, em uma escala que vai abaixo de 1% a acima de 25%, sendo que Campinas, Indaiatuba e Itu, além da faixa litorânea, apresentam maior possibilidade de registrar novos tornados.

A professora Lucí Hidalgo Nunes afirmou, na mesma pesquisa, que estres três municípios paulistas têm histórico relacionado a ocorrências de fortes tornados. “Até a ocorrência desse tornado, a ciência não considerava que esse tipo de episódio pudesse ocorrer no Brasil. Foi a partir dele que foram iniciadas as pesquisas sobre o assunto”, pontuou Daniel.

Com informações: g1 Sorocaba e Jundiaí

Foto: Reprodução-TV TEM