Dia Mundial do Diabetes: novo comprimido para diabetes tipo 2 traz benefício cardiovascular – Comando Notícia
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Dia Mundial do Diabetes: novo comprimido para diabetes tipo 2 traz benefício cardiovascular

Vera cruz

Medicamento oral da classe GLP-1, recentemente aprovado nos EUA, amplia o controle da doença e oferece proteção adicional ao coração

Novembro, 2025 – Segundo o Ministério da Saúde, o diabetes está entre as 10 principais causas de morte no Brasil, e sua prevalência aumentou mais de 60% nos últimos 10 anos. O cenário reforça o alerta para o Dia Mundial e Nacional do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, e a necessidade de conscientização sobre uma doença que afeta milhões de brasileiros e que, quando não controlada, pode comprometer diversos órgãos, especialmente o coração. Porém, um avanço notável foi anunciado neste ano: novos comprimidos que ampliam os benefícios do tratamento. É o caso dos análogos de GLP-1, medicamentos que imitam um hormônio natural do intestino e estimulam a produção de insulina, além de auxiliar no controle do apetite de pacientes com a diabete tipo 2. Tradicionalmente utilizados por meio de injeções, essa classe passou a contar com versão oral, como a pílula recentemente aprovada pela FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos, e desenvolvida pela Novo Nordisk, que apresentou benefício comprovado na redução do risco cardiovascular.

Além dos GLP-1, os inibidores de SGLT2 também se destacam por ajudar o corpo a eliminar o excesso de glicose pela urina, oferecendo proteção adicional ao coração e aos rins. “Esses medicamentos ajudam a reduzir o risco de doenças cardíacas. Eles atuam além do controle da glicose, melhorando a função dos vasos sanguíneos, reduzindo inflamação, diminuindo pressão arterial e peso corporal. Estudos mostram menos casos de infarto, AVC e insuficiência cardíaca entre pacientes que utilizam essas terapias. É um avanço que transforma o tratamento do diabetes em uma verdadeira estratégia de proteção cardiovascular”, explica Maria Beatriz Dias, endocrinologista pediátrica do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP).

A médica ressalta, porém, que nem todos os pacientes com diabetes tipo 2 podem usar essas medicações, mas grande parte pode se beneficiar. “O médico deve avaliar idade, função renal, peso e presença de outras doenças. Para quem tem histórico pessoal ou risco elevado de problemas cardíacos, esses medicamentos têm sido especialmente indicados”, afirma.

Embora tragam importantes benefícios, os novos medicamentos não substituem a insulina. “Em muitos casos, conseguem adiar ou reduzir a necessidade de insulina, tornando o tratamento mais simples nas fases iniciais. Mas quando o organismo já não produz insulina suficiente, ela continua sendo essencial”, adiciona.

Ela reforça que os medicamentos devem ser aliados e não substitutos de hábitos saudáveis. “Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, controle do estresse e sono de qualidade seguem como pilares do cuidado. A ciência avançou muito, mas nada substitui o autocuidado”.

Diabetes tipo 2
Dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF) indicam que o Brasil é o 5º país com mais incidência da patologia no mundo, com cerca de 16,8 milhões de adultos (entre 20 e 79 anos). O diabetes é uma condição em que o corpo perde a capacidade de controlar corretamente os níveis de açúcar no sangue. No tipo 2, o mais comum, o organismo passa a resistir à ação da insulina ou a produzi-la em quantidade insuficiente. Essa evolução ocorre por fatores que incluem predisposição genética, alimentação desequilibrada, sedentarismo e envelhecimento. Trata-se de uma doença silenciosa, mas que pode ser prevenida e controlada com hábitos saudáveis. Os sintomas mais frequentes são sede excessiva, vontade constante de urinar, cansaço, visão embaçada e perda de peso sem motivo aparente. Entre os fatores de risco estão excesso de peso, especialmente na região abdominal, histórico familiar, colesterol elevado, hipertensão e falta de atividade física.

O diabetes tipo 2 costuma evoluir sem causar sinais evidentes, o que leva muitos pacientes a descobrirem o diagnóstico tardiamente. “Muitas pessoas só percebem quando surgem complicações, como problemas cardíacos, renais ou de visão. Por isso, a recomendação é que adultos com fatores de risco realizem exames periódicos”, orienta.

A doença, inclusive, aumenta significativamente o risco de problemas cardiovasculares. “O excesso de açúcar danifica os vasos sanguíneos, facilita o acúmulo de gordura nas artérias e eleva o risco de infarto e AVC. Além disso, o diabetes frequentemente vem acompanhado de hipertensão e alterações no colesterol, potencializando os danos ao coração”, afirma.

Segundo a especialista, o tratamento atual vai além do controle da glicose no sangue. “Controlar a glicose é fundamental, mas hoje o foco inclui também a redução do risco cardiovascular e renal. O diabetes afeta todo o organismo, e o cuidado deve ser integral, envolvendo alimentação equilibrada, atividade física, controle do estresse e o uso de medicamentos modernos que também protegem o coração”, destaca.

“A prevenção começa com pequenas atitudes: manter o peso adequado, evitar ultraprocessados, praticar atividade física e realizar exames de rotina. Detectar precocemente o diabetes faz toda a diferença, quanto antes o controle começa, menor é o risco de complicações”, conclui Maria Beatriz.

Sobre o Vera Cruz Hospital
Há 82 anos, o Vera Cruz Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. A unidade dispõe de 166 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade, e ainda conta com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quase oito anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia, tendo, inclusive, ultrapassado a marca de 2,5 mil cirurgias robóticas, grande diferencial na região e no interior do Brasil. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 35 anos, o Vera Cruz criou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association. Em abril de 2021, o Hospital conquistou o Selo de Excelência em Boas Práticas de Segurança para o enfrentamento da Covid-19 pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) e, em dezembro, foi reacreditado em nível máximo de Excelência em atendimento geral pela Organização Nacional de Acreditação.

Foto: Freepix