A Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC) afastou as atletas Lia Martins, Denise Eusébio e Geisa Vieira sob a acusação de abuso sexual contra uma companheira do time. O caso teria acontecido após um treino no alojamento da equipe Gladiadoras/Gaadin (Grupo de Ajuda dos Amigos Deficientes de Indaiatuba). A sanção foi definida em ofício da confederação assinado no dia 4 de maio. As três não se manifestaram sobre o assunto até o momento.
Segundo a vítima, que prefere não se identificar neste momento, as três atletas afastadas pela CBBC – Lia, Geisa e Denise – a retiraram de sua cadeira de rodas contra a sua vontade e tiraram as roupas íntimas abaixadas à força. A então coordenadora do time, Gracielle Silva, também aparece segurando a vítima no chão em fotos que circularam em grupos de Whatsapp. Gracielle se suicidou no dia 29 de maio.
Em nota, a Confederação Brasileira de Basquetebol em cadeira de rodas (CBBC) disse que tomou conhecimento do caso no final de março de 2018 e imediatamente pediu que as provas fossem enviadas. Assim que recebeu o material, cerca de um mês depois, decidiu afastar as atletas envolvidas da seleção brasileira. “Aguardamos os desdobramentos da justiça para qualquer novo posicionamento ou medida”, disse a entidade, alegando não ter sido procurada pela vitima.
A Prefeitura de Indaiatuba, em nota, afirmou que “a Secretaria de Esportes tomou conhecimento do fato, hoje, por meio da imprensa e já adotou iniciativas para apurar a situação e definir as medidas necessárias”. A vítima, que começou a jogar basquete em cadeira de rodas há quatro anos, abandonou a equipe de Indaiatuba somente neste ano, e não prestou queixa por temor de represália.
Lia Martins é o maior nome da modalidade no Brasil. Participou das últimas três edições das Paralímpiadas – Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, onde a seleção terminou em 7º lugar, melhor participação da história. Vencedora do Prêmio Brasil Paralímpico em 2011, 2012 e 2015, a jogadora já foi campeã sul-americana, das Américas e medalha de bronze nos Parapans de Guadalajara e Toronto. Segundo Lia, a ideia da “brincadeira” teria partido dela, e surgiu a partir de uma conversa amistosa entre algumas jogadoras sobre o relacionamento sexual entre duas mulheres.
com informações do Globoesporte e Uol
foto: divulgação