Aluna da Fatec Indaiatuba integra ação pela doação de órgãos; estreia foi no Itaquerão
Estudante do segundo ano do curso superior tecnológico de Gestão Empresarial da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Indaiatuba, localizada na Região de Campinas, Bruna Damasceno nasceu com oxalose primária. Muito rara, a doença metabólica atinge um a cada 100 mil habitantes no Brasil, atacando primeiramente rins e fígado.
Entre 2010 e 2011, Bruna passou por três transplantes de fígado e um de rim. “Foram quatro provas de amor fantásticas de pessoas desconhecidas que salvaram a minha vida. Sou muito grata por isso”, diz a estudante em seu depoimento no vídeo de divulgação da exposição itinerante #Juntos – Marcas de uma vida, que estreou nesta semana na Arena Corinthians, na zona leste da Capital.
Por meio de fotos, a exposição idealizada por Bruna e pelo músico e ativista Bruno Saike conta a história da estudante da Fatec e de outras cinco pessoas que passaram por transplantes. Além de contribuir para o crescimento do número de doadores declarados, a ideia também é lutar contra padrões estéticos pré-estabelecidos. “As cicatrizes compõem a beleza de todos nós, contam histórias e são registros de vitória”, explica Bruna. Mais informações no site da campanha #Juntos.
Sonho alvinegro
77 pessoas, entre transplantados, doadores, ativistas e profissionais que trabalham com captação de órgãos entraram em campo na Arena Corinthians, onde o time da casa recebeu o Flamengo para a segunda partida da semifinal da Copa do Brasil.
No intervalo do jogo, foi exibido um vídeo no telão do estádio com depoimento de Bruna. “É a realização de dois sonhos: contribuir para que mais pessoas tenham a mesma sorte que eu tive, de conseguir doadores, e ver meu time do coração ao vivo pela primeira vez”, comemora Bruna.
História de superação
Apesar de ter nascido e convivido com uma doença grave durante muito tempo, Bruna, hoje com 30 anos, não deixou de ter vida escolar e profissional. “Era uma aluna aplicada e estudiosa. Como comecei a trabalhar aos 14 anos, tive que conciliar os tratamentos com escola e trabalho desde cedo”, afirma.
Depois de se recuperar dos quatro transplantes, ela decidiu dar continuidade aos estudos e se recolocar no mercado de trabalho. “O que me levou à Fatec foi o sonho de estudar numa instituição pública de ensino e a possibilidade de encontrar uma carreira.” A partir do curso de Gestão Empresarial, Bruna foi contratada para trabalhar no setor de faturamento de uma transportadora.
Foto: Lincoln Chessa