HUGO ANTONELI JUNIOR
Indaiatuba não é uma cidade de grandes montanhas, mas tem colinas e pontos com altitudes opostas. Por isso, o Comando Notícia percorreu os dois extremos da cidade. Em uma tarde ensolarada e depois de muita estrada de terra – misturada com pedras ou de terra batida -, descobrimos qual é o ponto mais alto e o ponto mais baixo. A reportagem faz parte de uma série especial do aniversário de 188 anos da cidade, comemorado no domingo, dia 9.
De acordo com o arquiteto e urbanista Charles Fernandes, em média, a cidade tem uma altitude entre 620 e 650 metros acima do nível do mar e tem características interessantes. “Indaiatuba tem três grandes espigões que dividem as três bacias hidrográficas da cidade, do Rio Jundiaí, do Capivari e do ribeirão do Buru, sendo que esta última vai direto para o rio Tietê”, explica. “O espigão que separa o Rio Jundiaí do córrego do Buru é a área do Cristo, no Morada do Sol, Pioli e Esplanada. A caixa d’água da rodovia que liga Indaiatuba a Elias Fausto é uma área elevada que separa todas as três bacias”, diz.
Primeiro, fomos até o ponto de maior altitude do município. Para quem já foi à Romaria, seja a pé ou de bicicleta, o ponto não é nada desconhecido. Trata-se do Morro do Trator, no extremo sul de Indaiatuba, com 919 metros acima do nível do mar, de acordo com o Datageo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De lá é possível ver as áreas dos municípios de Itu, Itupeva e Cabreúva no mesmo ponto. De acordo com o especialista, a área já tem vegetação típica de cerrado brasileiro, diferente da maioria da estrada que leva até o local onde as formações vegetais são típicas de mata atlântica. As pedras também estão na composição do ambiente.
De lá para o ponto mais baixo se vai muita estrada de chão e pedregulhos. Cortando por dentro destas estradas é possível ver uma Indaiatuba diferente. Desde lagos e pequenas residências rurais, até grandes plantações de soja, por exemplo, com máquinas, ou um sem-número de cabeças de gado pastando. O trajeto dura cerca de meia hora e passa pelo famoso e lendário “bar da loira”, ponto de referência próximo ao Pimenta.
O ponto mais baixo da cidade está a cerca de 595 metros acima do nível do mar e fica nas proximidades de locais importantes da cidade, como a Estação de Tratamento de Esgoto Mário Araldo Candello, a linha onde passa o trem, a foz do ribeirão do Piraí no Rio Jundiaí, o Senai e também marca o final do Distrito Industrial junto a Salto. A diferença entre o ponto mais alto e o mais baixo é de 324 metros, de acordo com Fernandes.
Curiosidades à parte, são nos locais mais altos que há algumas nascentes mais importantes do município, em especial as que compõem a Área de Proteção Ambiental (APA) Cabreúva. E é quando a cidade começa a “cair”, a partir dos fundos dos vales, que os córregos vão se encontrando até chegarem todos nas margens dos rios Capivari, Jundiaí ou Buru. Ou seja, de baixo até em cima a hidrografia caracteriza cada local.
Comparações
Em relação aos picos na maior altitude em relação ao nível do mar do Estado de São Paulo, Indaiatuba está com a metade da altura. O morro do trator tem 919 metros, enquanto o Pico dos Marins fica a 2.421 metros. A distância entre Indaiatuba e este local é de 4 horas e 55 minutos.
O segundo ponto mais alto de São Paulo é o Pico do Itaguaré (2.308) e está a 5 horas e 14 minutos de Indaiatuba. Em terceiro lugar em altitude está o Pico do Selado (2.083), a 3 horas e 37 minutos de Indaiatuba. Em relação aos pontos mais alto do País, Indaiatuba está a 1/3. O Pico da Neblina, no Amazonas, tem 2.993 metros. Os montes mais altos do mundo estão a três vezes maior altitude. O Monte Everest, no Tibet, tem 8.848 metros.
fotos: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia