Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu nesta segunda-feira (18) a obsessão por videogames como um dos problemas de saúde mental que constam na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID). A medida já tinha sido anunciada em janeiro, mas faltava a publicação.
A última revisão do manual de classificação de doenças da OMS descreve a compulsão por jogos eletrônicos como um “padrão de comportamento persistente ou recorrente” podendo se tornar tão intenso que “toma a preferência sobre outros interesses da vida”.
A OMS alerta que a classificação de “gaming disorders” poderão ajudar os governos, pais e autoridades de saúde a identificar os riscos. A agência de saúde da ONU afirma, porém, que esses casos são muito raros, atingindo menos de 3% dos gamers.
Em alguns países a condição já era considerada um problema. Muitos, incluindo o Reino Unido, têm clínicas autorizadas a tratar o distúrbio. Segundo a OMS, a nova classificação se baseia em evidência científica, alertando para a necessidade e demanda de tratamento em muitas partes do mundo. Especialistas dizem que a decisão de incluir o vício em games como transtorno vai ajudar os médicos a fazer essa diferença. “Há uma predisposição genética na maioria dos casos e sinais que servem de alerta.”
A dependência em games, assim como em outras atividades, tem uma explicação, uma reação bioquímica dentro do nosso cérebro: ele libera um neurotransmissor chamado dopamina, que dá uma sensação de prazer, euforia, recompensa. Quem se vicia, não consegue viver sem essa descarga de dopamina. Sempre quer mais e joga mais.
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