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Mulher acusa comerciante de assédio e filma ato obsceno

HUGO ANTONELI JUNIOR

Um novo emprego terminou com um trauma enorme para uma mulher de 30 anos moradora do Tancredo Neves, em Indaiatuba (SP). Ela conta que um comerciante do Centro a assediou e fazia atos libidinosos. Para provar as acusações, ela fez gravações e apresentou na Delegacia de Defesa da Mulher. A loja em questão estava fechada na tarde desta quinta-feira (14) e o acusado não foi encontrado para dar a versão do caso. A Polícia Civil também não comentou oficialmente o caso, mas o inquérito está em andamento.

A mulher contou ao Comando Notícia que há duas semanas conseguiu um emprego no local. Logo no primeiro dia, o dono do estabelecimento passou a ter conversas inapropriadas. Naqueles dias ela percebeu que o homem estava tendo comportamentos estranhos, mas afirma ter relevado. Um dia ele repetiu outros atos e ela resolveu que ia filmar quando acontecesse novamente.

No início da semana passada ela afirma que em plena luz do dia ele a chamou para trás do balcão e pediu para que ela tirasse a roupa. “No meio do expediente. E ali é um local onde passam muitas pessoas. Eu pensei: “vou filmar”. Fui para trás do balcão e falei para ele que estava falando com uma amiga no WhatsApp. Ele falou coisas horríveis”, conta. 

O homem, segundo o relato dela, teria ejaculado no chão. “E queria que eu limpasse. Eu disse: “Você tá louco. Você é nojento. Desci para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que fica duas quadras abaixo. Levou quase quatro horas e eu descobri que não tem delegada há quase dois anos”, afirma. “Todos que me atenderam ali foram muito educados, atenciosos. Eu percebi que queriam me ajudar. Mas estavam de mãos atadas.”

A mulher diz que não sabia que Indaiatuba não tinha uma delegada da DDM e que se soubesse talvez não teria ido denunciar. “Acho que nenhuma mulher da cidade sabia. Eu tinha certeza que chegaria lá, uma delegada viria falar comigo e me entenderia por ser mulher. Mas eles me mandaram embora e pediram para eu ir no dia seguinte”, diz.

Comércio estava fechado no começo da tarde desta quinta (14).

“Se a Delegacia não pode me ajudar, para quê tem? Se a gente que é mulher, não tem o acompanhamento deles, quem vai ajudar?”, questiona, dizendo não ter medo de que ele a procure. “Não, não tenho medo. Eu falo que ele tem que vir forte. Pedir para Deus dar sorte para ele. Porque eu não tenho medo. Eu sou a vítima. A minha palavra é o que conta. Pelo que vi, não fui a primeira, nem a segunda vítima, mas espero ser a última.”

SSP

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) disse que o suspeito será ouvido nos próximos dias. Questionada sobre a demora no atendimento e a falta da delegada, a pasta, no entanto, não soube dizer há quanto tempo a DDM está sem a titular no posto.

Enquanto isso, os responsáveis são os delegados titulares da cidade. A SSP disse ainda que a mulher que sentir algum constrangimento no atendimento na delegacia deve fazer denúncia à Corregedoria da Polícia Civil.

fotos: Comando Uno/Reginaldo Rodrigues/Comando Notícia