HUGO ANTONELI JUNIOR
Duas mulheres receberam ligações de cobrança das parcelas dos apartamentos em que elas moram no Parque Campo Bonito, em Indaiatuba (SP), na semana passada. Ela estranharam, pois mantém o pagamento sempre em dia e desconfiaram. A cobrança por telefone, de acordo com a Caixa Econômica Federal, que opera os financiamentos do Minha Casa Minha Vida, existe, mas todo cuidado é pouco em caso de golpistas que tentam obter dados dos moradores. A orientação, tanto da Caixa quanto da Secretaria de Habitação, é conferir diretamente na financiadora e não fornecer os dados por telefone se houver desconfiança.
“Eu estranhei”, conta uma moradora do condomínio Embaúba. “Sempre mantenho as parcelas em dia e na ligação falava que eu estava devendo há treze dias”, informa. Ela diz que fez o depósito na própria conta na Caixa e também foi até uma agência do banco. “Estava tudo certo mesmo. O dinheiro que eu depositei estava lá”, diz. Uma vizinha dela foi a outra a receber a ligação.
Em nota, via assessoria de imprensa, a Caixa esclarece que a gestão de adimplência dos contratos do Programa Minha Casa Minha Vida conta com a atuação de duas empresas de tele cobrança a partir do quinto dia de atraso no pagamento de parcelas. “Os mutuários que forem contatados devem procurar uma agência da CAIXA para verificar e regularizar sua situação”, informa.
Já a Secretaria de Habitação diz que “está fazendo a orientação dos moradores quanto à importância de manter o pagamento do imóvel em dia. Com relação à esse tipo de ocorrência (cobrança e pagamento) e procedimentos para quitação dos débitos, a orientação é procurar a Caixa Econômica Federal para esclarecimentos. A Secretaria de Habitação não recebeu relatos como os citados.”
Problemas nos contratos
Há pelo menos 77 contratos com problemas no bairro, divulgaram há algumas semanas Caixa e Habitação. As reuniões nos condomínios estão sendo realizadas em parceria com a Clarb Consultoria, responsável pelo trabalho técnico social junto ao bairro, que também orienta os moradores sobre a importância de manter em dia o pagamento do condomínio, para que não sofram sanções judiciais. Já foram realizadas reuniões nos condomínios Angelin, Ingá, Copaíba e Araçá. Os próximos encontros serão no Embaúba (19 de março) e Teka (25 de março), ambos às 19h30.
Os 2.048 apartamentos do residencial foram entregues em fevereiro de 2016 e beneficiaram famílias com renda mensal de até R$ 1.600. Os beneficiados pagam o correspondente a 5% do seu rendimento ao mês, com parcela máxima de R$ 80, por um período de 10 anos. O valor total foi de R$ 96 mil por unidade, sendo R$ 76 mil subsidiados pelo Ministério das Cidades e R$ 20 mil pelo programa Casa Paulista do Governo do Estado de São Paulo.
foto: Reginaldo Rodrigues/Comando Uno/Comando Notícia