Cidades

Reatech mostra tecnologias de inclusão e acessibilidade

CAROL BORSATO*

Do dia 13 a 16 de junho aconteceu em São Paulo a Reatech – Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, considerada a principal feira do setor na América Latina. A feira é gratuita e conta com a presença de diversas empresas que apresentam seus produtos de acessibilidade em várias áreas.

Como fui à Feira interessada em produtos especificamente para deficientes visuais, vou falar um pouquinho sobre o que vi: uma variedade de bengalas mais modernas que a minha, mais leves e mais finas. Tinha bengala de toda cor, isso agora virou moda no mundo dos cegos, tem cego que combina não só roupa, mas bengalas também! (risos)

A máquina Braille não podia faltar, nas versões mais novas, uma que tem a carcaça de plástico e fica bem mais leve, outra que nem carcaça tem. Esta que não tem carcaça vem em uma mochila bem equipada, para protegê-la bem.

Na linha Relógios Braille, o mais interessante é o relógio que além de ser braille, fala a hora e tem despertador; ele tem duas baterias, uma para o ponteiro e outra para alimentar a função falante.

Carol com o tradutor braille, ao lado do Juan Pablo, do suporte. foto: arquivo pessoal

A Feira apresentou uma variedade de produtos. Havia a linha braille, o famoso óculos de “apenas” quinze mil que lê documentos com uma pequenina câmera que fica no imã da perninha do óculos, ele também reconhece rostos. Tinha o sorobã, que já falei dele aqui, e até um aparelhinho que avisa, ao colocar algum líquido no copo, quando é a hora de parar, pois geralmente o cego coloca a ponta do dedo na boca do copo e se é algo quente, pode se queimar.

Foi feita uma demonstração do braille em um painel onde os pontos braille eram feitos com bolinhas de isopor coladas numa lona que revestia o painel formando um texto sobre acessibilidade.

Além desses produtos assistivos, havia também animais treinados para terapia, parte muito interessante da Feira, pois até papagaio e porquinho da Índia são utilizados, além dos cachorros.

Apesar de todo alvoroço para conhecer tanta novidade, o preço dos produtos ainda são caros, apesar de algumas empresas darem algum desconto.

Infelizmente toda tecnologia que serve à acessibilidade para deficientes ainda apresenta um custo muito alto. É a acessibilidade inacessível… Esperamos que isto mude com o tempo e com os investimentos das empresas e poder público.

Carol em frente ao letreiro gigante “São Paulo é tudo de bom”. foto: arquivo pessoal

*Carol Borsato é a primeira repórter com deficiência visual da história de Indaiatuba (SP) e escreve aos domingos.

fotos: arquivo pessoal