Cidades

Se é lei, onde estão os cardápios em Braille?

CAROL BORSATO*

Os cardápios braille infelizmente não estão na maioria dos estabelecimentos comerciais de alimentação, e isso deixa o deficiente visual muito dependente. Quem enxerga pode escolher sua refeição sozinho. Por quê o cego não pode, não é mesmo?

Os donos desses locais podem ganhar muito se aderirem ao cardápio braille. Imaginem: o garçom poderia atender mais pessoas enquanto o DV está lendo o seu cardápio, isso ajudaria a reduzir a demora no atendimento aos pedidos dos outros, já que o garçom não precisaria fazer a leitura do cardápio em tinta para o cego.

Existe uma lei que obriga esses estabelecimentos a terem seus cardápios em braille, mas, infelizmente, na prática não é cumprida.

Há instituições de cegos que imprimem os cardápios braille, basta os donos de estabelecimentos procurarem por este serviço, e negociar. Em São Paulo a Fundação Dorina Nowill, por exemplo, faz esse tipo de trabalho. Em Indaiatuba, até onde se sabe, é preciso recorrer às instituições de Campinas, como o Centro Cultural Louis Braille.

Infelizmente os cegos que não têm uma excelente condição financeira não podem comprar uma impressora braille para esse fim, devido ao preço que varia entre R$ 17 e R$ 39 mil, dependendo do modelo.

Aqui na região eu vi o cardápio braille no McDonalds, em Campinas, e só.

Essa iniciativa dos estabelecimentos no ramo da alimentação traria mais dignidade ao cliente com deficiência visual, que é um consumidor como outro qualquer e merece o mesmo respeito, o mesmo tratamento e atenção.

*Carol Borsato é a primeiro repórter com deficiência visual da história de Indaiatuba (SP) e escreve aos domingos.

foto: divulgação