HUGO ANTONELI JUNIOR
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) realizou na semana passada uma “vistoria surpresa” em diversas unidades de saúde de diferentes cidades, incluindo a Unidade de Pronto Atendimento (Upa), no Jardim Morada do Sol, em Indaiatuba (SP).
O relatório específico sobre a unidade aponta que o tempo de espera para o atendimento é de duas horas ou 120 minutos. O tempo entre a chegada do paciente e o primeiro atendimento no balcão, segundo o relatório, é de um minuto. Na sala do médico, o atendimento dura, em média, segundo o levantamento, sete minutos.
Os pesquisadores do TCE perguntaram aos pacientes se havia algum problema no atendimento e, de acordo com o relatado, o atendimento é bom e não havia problemas na Upa Indaiatuba. Não foram encontrados remédios vencidos, armazenados de maneira errada, as escalas dos profissionais estavam disponíveis, assim como a vistoria do Corpo de Bombeiros.
Os fiscais também fizeram fotos dos banheiros, que se encontravam em boas condições, mas com a torneira de um deles enferrujada. No estoque de medicamentos havia remédios com prazo de validade abaixo de 30 dias, segundo o relatório. Outros pontos destacados foram a não existência de atendimento preferencial e nem especial para casos como dengue, por exemplo.
Relatório geral
A fiscalização passou por cerca de 230 municípios do estado e apontou que 52% dos usuários estão satisfeitos com o atendimento e apenas 6% disseram que foram mal atendidos. Em 11% dos locais havia medicamentos vencidos. O TCE ainda aponta que em 37% das unidades de saúde há equipamentos que não estão sendo usados.
Um dado alarmante é o de 78% destes locais não ter vistoria aprovada pelo Corpo de Bombeiros. Por outro lado, quase 80% apresentam atendimento diferenciado para casos como dengue e zika. E mais de 90% dos locais separam o lixo hospitalar.
Fiscalização
Durante a inspeção, que teve duração de cinco horas, os Agentes da Fiscalização do TCE checaram itens como a situação dos almoxarifados e estoques de medicamentos, as condições dos aparelhos, equipamentos e salas, a presença efetiva de médicos e servidores, os itens de segurança, a atuação de empresas terceirizadas ou administradas por Organizações Sociais de Saúde (OSS’s), a estrutura física do local – como acessibilidade, limpeza, conforto e sinalização –, bem como a qualidade do atendimento e o grau de satisfação dos usuários, entres outros quesitos.
No total, dos 300 órgãos que foram vistoriados, 29 são administrados pelo Estado – Secretaria de Estado/Coordenadorias de Saúde – e 271 de responsabilidade dos municípios. Passaram pela fiscalização, além dos hospitais, UBS’s e UPA’s, os órgãos administrados por meio de Fundações, Institutos, Associações e Consórcios.
foto: arquivo/Comando Notícia