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Os segredos da padaria Rebeca, no Morada do Sol

HUGO ANTONELI JUNIOR

Um prédio meio branco, meio laranja às esquerdas da João Martini, depois da Ário, no Morada do Sol, em Indaiatuba (SP). É ali que fica a padaria Rebeca, surpreendente vencedora de melhor padaria da cidade ao lado da padaria D’Conti da enquete realizada pelo Comando Notícia há cerca de duas semanas no Facebook.

São as últimas semanas da empresa no local, a mudança para um prédio próprio deve acontecer no começo do ano. Mas não se preocupe, será na mesma rua, alguns quarteirões para a frente. O Comando Notícia, em seu compromisso na ajuda aos comércios da cidade, resolveu mostrar os segredos da empresa, que teve centenas de elogios principalmente pelo atendimento. A padaria tem cerca de 15 funcionários e com a mudança, planejada para os primeiros meses do ano que vem, podem haver novas contratações.

A equipe da padaria Rebeca no período da manhã.

Na Rebeca conhecemos Erisvânia Bento da Silva, de 35 anos, que nasceu, cresceu, casou e teve dois filhos no estado do Alagoas. Há cerca de 10 anos veio para Indaiatuba atrás de oportunidades. Encontrou a chance da vida na padaria. Há quase 8 anos trabalhando no balcão, é um dos destaques no atendimento do local.

“Se eu estiver na rua e alguém olhar, mesmo que eu não conheça falo bom dia, é o mínimo”, conta ao Comando Notícia. “Lá no meu estado não tem muita oportunidade. Aqui o aluguel é caro, mas temos serviço. Meu marido trabalha com construção civil”, diz. Mais do que um serviço, a função de atendente deu para Erisvânia uma nova família.

“Não tenho mais meus pais, mas os donos aqui são os meus pais. Tudo o que eu preciso eles fazem para mim eu sei que posso contar. Tanto que fui para o Alagoas cuidar da minha mãe antes de ela falecer e quando voltei, meu emprego estava aqui. Eles me deram uma chance. Aqui eu faço de tudo o que pedirem”, afirma. “A padaria fica muito feliz com os elogios ao atendimento. Tem uns clientes vips que sempre ouvimos se está bom, se está diferente, se precisa mudar.”

Pão quente e fresco

Gedielson Ferreira de Souza, sobrinho do dono, Paulo Sérgio Buchmeir, diz que não há segredos na padaria a não ser os básicos, como sempre ter produtos fresquinhos. “Um deles é ter pão francês, pão de queijo e muito mais, se não existir um bom atendimento o cliente não sentirá bem em estar naquele ambiente por melhor que seja os produtos, por isso em primeiro lugar precisamos fazer com que o cliente sinta- se a vontade e faça suas compras.”

Lara começou sem experiência e hoje cuida da administração do local.

“Infelizmente as pessoas nem sempre são bem atendidas nos lugares. Por isso aqui na padaria Rebeca prezamos pelo cliente, para atender bem ele, além da qualidade dos nossos produtos. É por isso que a gente acredita que as pessoas sempre voltam, elogiam e nos citaram na enquete”, diz Gedielson.

Erisvânia e Lara, funcionárias da padaria Rebeca.

Família

O nome da padaria é uma homenagem para a filha do dono, seu Paulo, que se chama Rebeca. “O sonho dele era ter duas padarias. A outra ia se chamar Gabriel, que é o outro filho dele. Mas aqui cresceu tanto, o ponto ficou tão famoso, que ele resolveu focar aqui para não perder a qualidade”, conta Gedielson, responsável pela confeitaria e que diz é difícil resistir ao pão quentinho quando sai.

“Eu entrei aqui faz uns quatro anos e até hoje é assim, quando sai uma fornada dá aquela vontade de colocar uma manteiga que vai derreter”, diz, mas não é só o pão que o deixa com água na boca, como também o pão de queijo e os bolos e doces que estão sempre à disposição dos clientes.

Lara Gabrielly, de 20 anos, trabalha há dois anos no local. “Cheguei e não sabia muita coisa, mas as meninas mais antigas ajudaram muito, deram muito suporte. Hoje eu faço a parte administrativa, mas também atendo. Aqui é mais do que vender pão, a gente se preocupa com as pessoas, ter empatia. Isso formou a nossa equipe como uma família”, diz.

Um cliente logo no começo a marcou. “Ele me pediu um biscoito, pediu para eu dizer o que ia na receita e eu disse. Mas eu me enrolei no código e demorei um pouco para atendê-lo. No final ele me chamou no canto e me deu R$ 5. Disse que era pela paciência que eu tinha tido com ele. Eu disse que eu que tinha que agradecer a confiança que ele teve em mim, porque demorou um pouco. Mas aí ele disse que todas as vezes que vem na padaria é bem atendido, seja uma funcionária mais nova ou mais antiga. Isso marcou muito. E é um cliente que vem todos os dias.”

fotos: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia