Servidora pública brasileira se oferece para fazer compras para idosos; veja bons exemplos em meio ao coronavírus
“Se você está em auto-isolamento, eu posso ajudar.” A oferta para fazer compras para um vizinho mais idoso ou que está em outro grupo de risco tem se multiplicado por diferentes países do mundo. Em Brasília, a servidora pública Fernanda Salvadé, 36, escreveu um recado e pendurou em todos os elevadores do prédio: “Se você tem mais de 60 anos, posso ir ao mercado para você, sem problemas ou custo. Só me avisar antes para eu me programar”. Também mostrou sua disponibilidade no grupo do condomínio em uma rede social.
Ela diz que mora em um prédio com apartamentos de um quarto, onde muitos idosos moram sozinhos. “Por que vou expô-los a tanta gente nos mercados se eu posso ir até lá? Eu já faço compra pra mim, comprar a mais não custa nada. É uma tentativa de me colocar um pouquinho no lugar do outro e ver como eu posso ajudar”, diz ela.
Para ela, é preciso conter de forma mais rápida possível a disseminação do novo coronavírus, e evitar que mais gente, principalmente as pessoas em situação de risco, saiam à rua, é fundamental. “Não quero testar nosso sistema de saúde em seu limite, já que em situações normais já é um caos”, diz. Ela diz que, desde ontem, já recebeu muitos agradecimentos de moradores que disseram já ter feito as compras agora, mas que futuramente vão contar com ela para fazer isso por eles.
Em um bairro no leste de Londres, capital britânica, um morador produziu um cartão genérico oferecendo ajuda, mandou imprimir e distribuiu para os residentes do bairro. A ideia é que mais gente se ofereça para ajudar quem precisa. As ofertas: buscar compras, enviar algo pelo correio, fazer uma ligação amiga, buscar suprimentos urgentes.
O Reino Unido ainda não entrou em quarentena, então é possível circular pelas cidades, embora muitos estejam trabalhando de casa ou evitando sair na rua para não espalhar o vírus. No cartão, as observações: “evite contato físico (2 metros de distância)”, “lave as mãos com frequência” e “itens serão deixados na porta da sua casa”.
Nos Estados Unidos, Becky Hoeffler, funcionária da Duke University, foi tema de uma matéria do canal CBS 17 porque estava fazendo compras para seus vizinhos mais velhos. Na reportagem em vídeo, ela diz que a ideia surgiu quando ligou para o avô, que mora longe dela, e ele lhe disse que estava indo para o supermercado. “Ele tem 91 anos, precisava mesmo ir? Se eu morasse lá, iria no lugar dele”, afirmou.
Já que não conseguiu fazer isso para o avô, pensou nos vizinhos. Ela pendurou em casas ao lado da sua um cartaz dizendo que poderia fazer compras, sem cobrar nada, para quem precisasse evitar aglomerações por causa do coronavírus. “People power” (poder entre as pessoas), diz ela, “é a melhor maneira de combater o vírus”.
foto: divulgação