Com treinos agendados entre 3 e 21 de março no Equador, a equipe de Natação PCD da Secretaria Municipal de Esportes aguarda em isolamento, em hotel localizado em Quito, uma oportunidade para voltar para casa, após os desdobramentos da pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19). Os nove atletas estão acompanhados do treinador Antonio Luiz Duarte Candido, o Maceió. A Prefeitura de Indaiatuba adiantou a ajuda de custo aos atletas e acompanha os desdobramentos do caso.
O técnico conta qual era o planejamento inicial da equipe. “O treinamento na altitude foi planejado entre 3 e 21 de março e voltaríamos para a seletiva em São Paulo”, revela Maceió. O Open de Natação Paralímpica aconteceria entre os dias 26 a 28 de março, em São Paulo, mas foi cancelado pelo Comitê Paralímpíco Brasileiro (CPB). “No dia 13 houve o cancelamento das seletivas e solicitei a antecipação das passagens. No dia seguinte, o Aeroporto de Cuenca fechou e no dia 15, acionamos o Consulado”.
Em um primeiro momento, a equipe foi transferida de Cuenca para Quito, capital do Equador. “O cônsul nos ajudou com o translado, pois nosso pacote (de viagem) terminou no dia 21”, conta Maceió. “Agora o CPB está bancando nossa estadia por aqui. Estamos amparados também pela Prefeitura de Indaiatuba e amigos, que fizeram doações”.
O contato com a Embaixada é constante. “Estamos em contato direto com a Embaixada, para mais informações sobre nosso regresso. Soube que existem cerca de 130 brasileiro na mesma situação em Quito”, destaca Maceió. Existe uma movimentação para o retorno dos atletas na próxima quinta-feira (26), mas ainda não existe uma confirmação. “Depende de inúmeros fatores”, ressalta.
Rotina
Em isolamento, os atletas mantém uma rotina. “Nosso dia começa às 7h30 com o café da manhã e seguimos para a yoga às 10h. O almoço acontece às 13h, seguido por circuito de atividades às 16h. Nosso jantar é sempre às 19h”, explica Maceió. “Só eu saio do hotel para realizar as compras diárias para as refeições. Estou cozinhando para os atletas. Todos os dias, ao regressar da rua, as roupas são lavadas. Isolamento total para não colocar os atletas em risco”.
O técnico fala ainda sobre a dificuldade de manter uma rotina na quarentena. “Quarentena em casa com seus familiares é uma coisa, mas aqui o trabalho é redobrado. Temos deficientes intelectuais aqui, nossa atenção é ainda maior”, conta Maceió, que fala ainda sobre outras atividades para passar o tempo. “Ligações via WhatsApp, ajuda para cozinhar, circuitos físicos, jogos de carta, música e séries são fazem parte de nossa rotina. Estamos tentando tudo que podemos, na esperança que a situação se resolva o mais rápido possível”.
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