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Falando de cinema (e séries): veja dicas do que assistir na Netflix

por MARCOS KIMURA*

Na segunda semana de confinamento, seguem mais algumas dicas, pelo menos eu acho, legais para ver na Netflix. Para quem, como eu, adorou “Parasita”, o grande vencedor do Oscar deste ano, a Netflix tem dois dos trabalhos anteriores do diretor Bong Joon Ho. O primeiro é “O Hospedeiro” (2006), em que você vai reconhecer o ator favorito do cineasta coreano, Kang Ho Song, como o filho mais velho de uma família que tem uma barraca de comida e vive à beira de um rio. Um dia, um monstro emerge das águas e leva sua filhinha com ele. Começa aí, uma jornada pelos esgotos da cidade para resgatar a menina. O estilo de Joon Ho é reconhecível logo de cara, usando um g^nero popular na Ásia – filme de monstro – para fazer suas críticas sociais.

O segundo é “Okja”, de 2017, um dos primeiros filmes produzidos especialmente pela Netflix. Uma multinacional produtora de alimentos anuncia a descoberta de uma nova espécie de porco mutante gigante, que vai revolucionar o mercado. Para dar uma cara sustentável para o produto, eles entregam filhotes para pequenos fazendeiros de todo o planeta para, dentro de dez anos, escolher o animal-modelo. É uma sátira da indústria da carne, que deve agradar os veganos. O elenco é internacional, com atores famosos como Tilda Swinton (“Crònicas de Nárnia”), Jake Gyllenhaal (“O abutre”), Paul Dano (“Ouro negro”), Giancarlo Esposito (“Breaking Bad”)
e Lily Collins (“Espelho, espelho Meu”).

Falando em seriados, para quem gostou de “Stranger Things” e “It-A Coisa”, tem “I’m not Okay with this”, com a ruiva Sophia Ellis, revelada em It, e seu colega de elenco naquele filme, Wyatt Oleff. Ela é uma adolescente desajustada que perdeu o pai há pouco e descobre que tem superpoderes. Ele é o vizinho nerd que está a fim dela que tenta ajudá-la a lidar com o que está acontecendo. São apenas seis episódios com apenas vinte e poucos minutos, então é fácil e rápido de maratonar.

Para quem quer algo mais sombrio e realista, tem a nova série islandesa “O Assassino de Valhala”. Uma série de crimes envolvendo garotos levam á pequena e desparelhada policia de Reikjavik a lidar com seu primeiro serial killer e pedir a ajuda de um detetive da vizinha Noruega. Desde “A Ponte” (exibido no Mais Globosat e disponível na Goboplay), co-produção sueca- norueguesa que originou cópias nos Estados Unidos-México e Inglaterra-França, que fiquei fã dos seriados escandinavos, com aquele clima cinza e frio próprio da norte da Europa, boa dramaturgia e atuações acima da média. Sem falar nas curiosidades de um cenário sócio-cultural
completamente diferente do nosso.

Também recentemente estreou na plataforma de streaming o documentário “Fangio – O Rei das Pistas”, sobre o argentino Juan Manuel Fangio, aquele que Jack Stewart, Alain Prost e Ayrton Senna consideram o maior piloto de todos os tempos. Ele foi cinco vezes campeão do mundo, por quatro escuderias diferentes, e em apenas oito temporadas. Isso num tempo em que se morria muito nas pistas. Para quem ama automobilismo, indispensável.

Espero que tenham gostado das dicas e até a semana que vem.

*Marcos Kimura é jornalista e curador do Cineclube Indaiatuba (SP).

foto: divulgação