Se você é daqueles que se encantou com “Ova” de “O Milagre da Cela 7”, prepare-se para conhecer “Saroo” de “Lion”. O filme disponível na Netflix traz como estrela o excelente ator inglês-indiano Dev Patel (Quem Quer Ser Um Milionário). Apesar de ser uma obra de 2016 e de estar há algum tempo no catálogo, muitas pessoas ainda não conhecem a história, baseada em fatos reais, de um órfão que quer conhecer as suas origens.
Poderia soar piegas ou clichê um órfão pobre adotado por uma família rica que quer conhecer de onde veio, a origem miserável. Mas o diretor Garth Davis, em sua estreia no cinema, acertou a mão em praticamente todos os aspectos. A história, em mãos erradas, daria um filme ruim até para sessão da tarde, o que não é o caso.
Além de Patel, a história tem como destaque, claro, a versão criança do protagonista, vivido pelo pequeno Sunny Pawar. Como coadjuvante de luxo, Nicole Kidman, faz a mãe adotiva da criança indiana que se perdeu da família em Calcutá. O garoto é adotado por uma família australiana e, aos 25 anos, resolve voltar às origens. Os dilemas não param por aí.
O filme fala de casais que escolhem não ter filhos, em uma lição bastante interessante. Entre os motivos estão: “há crianças demais sem pais”. Portanto, eles abrem mão de ter um filho de sangue para que adotem uma criança abandonada. O problema é que Saroo não foi abandonado, mas, sim, perdido pelo irmão enquanto ainda é pequeno. As cenas desta perda estão entre as melhores.
O Saroo adulto, vivido por Patel, é complexo e traz questionamentos muito importantes que levam o filme a um resultado extremamente satisfatório. É um filme que pode ser visto em família tranquilamente. É sobre origem, é sobre pobreza, família e pode acabar até arrancando algumas lágrimas de quem escolher para ver.
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