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Filha reclama de tratamento de mãe que morreu na Upa; “trataram igual lixo”

por HUGO ANTONELI JUNIOR

A filha de uma mulher de 54 anos que morreu na Unidade de Pronto Atendimento (Upa), no Jardim Morada do Sol, em Indaiatuba (SP), reclamou do tratamento dado à mãe. “Tratam as pessoas igual lixo”, relata ao Comando Notícia. A vítima passou mal em casa, foi levada pelo Corpo de Bombeiros até a unidade de saúde no final da manhã do dia 13 de maio, morrendo no começo da noite, segundo o atestado de óbito. Ela diz que os socorristas  e as pessoas que atenderam a mãe na Upa não deram a atenção necessária.

“Minha mãe chegou na Upa por volta das 11 horas e morreu 20 horas, em nenhum momento houve um pedido de transferência para o Haoc. Sabemos que a Upa não tem estrutura para casos mais graves”, diz. Segundo relata, a mãe passou mal no banho. Uma vizinha chamou os bombeiros . “Não veio nenhum médico junto e eles diziam que a minha mãe não colaborava, achei uma absurdo”, conta.

“Lá dentro da Upa a atendente disse que a minha mãe era muito teimosa. Eu consegui falar com a minha mãe e ela disse que estava sem conseguir enxergar e com muita dor na nuca. Ela vomitou e a atendente reclamou daquela situação”, informa.

A filha ainda diz ao Comando Notícia que não teve ajuda nem para dar banho na mãe. “Precisei de ajuda para dar banho na minha mãe, mas não tive, ainda demoraram para trazer a fralda para ela. Minha mãe estava com frio. Depois a médica foi atender ela, falou para eu sair da sala, foi a última vez que eu vi a minha mãe. Pedi informações, disseram que não podiam dar, que estavam fazendo procedimentos”, conta.

Depois de muita insistência, quando já passavam das 20h30, segundo relata a filha, ela viu que a mãe já estava sem vida. “Fui ver a minha mãe dentro do saco, morta, na sala onde deixam as pessoas quem morreram”, diz.

“A Upa não tem estrutura para suportar essas coisas, eu acho errado  os socorristas levar pra Upa, se ver na casa da pessoa que está grave, deveria levar para o Haoc. Mesmo eles tendo vindo que a minha mãe estava vomitando sangue, levaram para a Upa. Deveriam ter ligado a sirene e ido para o Haoc. Eu acho isso um descaso total, somos tratados igual lixo”, encerra.

A Prefeitura enviou uma nota. “Informamos que esta Secretaria da Saúde preza muito pelo sigilo e ética médica de seus pacientes/familiares. Diante disso, a família pode registrar a reclamação através do Departamento de Ouvidoria desta secretaria nos telefones 3834-9119/3834-9004/3834-9691, email [email protected].gov.br, para apuração dos fatos expostos.”

foto: arquivo/Comando Notícia