07/08: Lei Maria da Penha completa 14 anos; SP tem maior número de feminicídios desde criação da lei
O número de casos de feminicídios registrados no primeiro semestre de 2020 no estado de São Paulo atingiram a maior marca desde 2016. O levantamento foi realizado baseado nos dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Em 2016, 31 feminicídios foram registrados durante o primeiro semestre. Em 2017, 48; 2018 teve 57; 2019 foram 85 e em 2020 o número já chegou a 87. Dos casos de 2020, 83% tem autoria conhecida: o crime foi cometido em grande parte por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. 69% ocorreram dentro da casa da vítima e 43% do total tiveram prisão em flagrante.
Ainda de acordo com o levantamento, a média de idade das vítimas mortas é de 35 anos de idade. Do total, 55% são descritas nos boletins de ocorrências como brancas e 45% como pretas ou pardas.
Já para casos de violência doméstica, o número de boletins decorrência eletrônicos com esse de delito chegou a 5 500 em todo o estado, para o período de abril até junho. Desde o dia 3 de abril, dez dias depois do início da quarentena, mulheres paulistas podem denunciar casos do tipo pela internet. Os dados também são da SSP.
Disque 190 cresce 40%
Apesar da queda de registros de boletins de ocorrência, o 190, serviço de atendimento da Polícia Militar nos estados, registrou aumento em São Paulo de 6.775 denúncias de violência contra a mulher em março do ano passado para 9.817 em março desse ano, um aumento de 44,9%.
No caso de número de homicídios de mulheres, houve redução de 10% em São Paulo. Nos demais 12 estados em que a pesquisa foi feita, houve um crescimento médio de 8,8%. Enquanto o feminicídio é a morte da mulher por uma questão de gênero, o homicídio de mulher é relacionado a outras questões, como latrocínio (roubo seguido de morte), por exemplo.
Foto: divulgação.