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A revolução das lentes para controle da miopia: estudos internacionais comprovam eficácia

Lentes

A miopia, problema nos olhos que causa dificuldade para enxergar de longe, é uma das prioridades globais em saúde ocular da Organização Mundial de Saúde (OMS). A agência prevê que, até 2050, esse distúrbio visual irá atingir metade da população mundial, ou seja, cerca de 4,7 bilhões de pessoas. Destaca-se o aumento expressivo da alta miopia (erro refrativo igual ou maior que 6 graus), que deverá atingir 10% da população mundial, ou seja, 938 milhões de pessoas.

A miopia se manifesta comumente na infância e adolescência e, se não tratada, pode comprometer o seu presente e futuro. “A visão ‘embaçada’ dificulta a realização de atividades cotidianas importantes para o desenvolvimento físico e mental, como a prática de esportes e tarefas escolares. A criança perde autoconfiança e autoestima, o que afeta sua socialização”, explica Patrícia Kakizaki, oftalmologista especializada em Retina Clínica e Cirúrgica pela Universidade Federal de São Paulo e consultora da ZEISS Vision Brasil.

Em resposta a esse desafio mundial, a ZEISS Vision Care, multinacional alemã líder em soluções voltadas à saúde ocular, desenvolveu as lentes para óculos ZEISS MyoCare, para crianças de 6 a 10 anos, ZEISS MyoCare S, para a faixa etária entre 10 e 17 anos. Sua tecnologia inovadora é comprovadamente capaz de desacelerar a progressão da miopia. Em outras palavras, com o uso das lentes, o aumento do grau acontece de maneira mais lenta, o que evita ou contém a alta miopia.
 

Novos dados de abrangentes ensaios clínicos multicêntricos, realizados em renomadas universidades da Ásia e Europa, atestam a eficácia dessas lentes de última geração em comparação com lentes de visão simples. Elas reduziram significativamente o risco de progressão rápida da miopia em crianças asiáticas e europeias.

 

Crianças asiáticas que usaram as lentes ZEISS MyoCare durante dois anos apresentaram diminuição média da progressão da miopia de 0,44 D (dioptria – unidade de medida popularmente conhecida como grau dos óculos). Já aquelas que utilizaram as lentes ZEISS MyoCare S tiveram desaceleração média de 0,41 D. Pesquisas europeias, por sua vez, verificaram a diminuição média da progressão da miopia em 0,21D com o uso das lentes ZEISS MyoCare por crianças caucasianas no período de seis meses.

 

Um importante alerta: a alta miopia pode causar cegueira
 

A oftalmologista Patrícia Kakizaki destaca o início cada vez mais precoce da patologia, o que implica uma probabilidade significativamente maior de desenvolver alta miopia, a qual aumenta o risco de doenças que podem levar à cegueira na idade adulta. “Entre as complicações da alta miopia estão descolamento de retina, maculopatias miópicas, glaucoma, ambliopia refracional e catarata precoce”, elenca.

 

A miopia tem um componente genético, mas o estilo de vida também contribui para seu surgimento e, até mesmo, para acelerar a sua progressão. Entre os fatores comportamentais que podem levar ao desenvolvimento da miopia, está o fato de as crianças utilizarem, cada vez mais cedo e por mais tempo, dispositivos eletrônicos como tablets e celulares. O uso excessivo de telas próximas aos olhos demanda muito de nossa visão de perto, enquanto a de longe é menos utilizada. Além disso, tal hábito contribui para a redução de atividades ao ar livre e diminui a exposição à luz natural, que também ajuda a evitar a miopia.

 

Como funcionam as lentes ZEISS MyoCare

 

Uma das origens da miopia é o formato do globo ocular, que é mais longo do que o comum e, com isso, a imagem é formada antes da retina. Esse alongamento, chamado de crescimento axial, é controlado pelas lentes ZEISS MyoCare por meio da tecnologia C.A.R.E.® (Cylindrical Annular Refractive Elements ou, em português, Elementos Refrativos Anulares Cilíndricos). Seu design alterna zonas de desfoque (embaçamento) e foco (visão nítida).

 

Na superfície frontal das lentes ZEISS MyoCare, existem microestruturas que formam padrões semelhantes a anéis, os quais promovem o embaçamento. A correção da miopia se dá na zona central e nas regiões entre os anéis. “Essa configuração expõe a retina periférica, simultaneamente, a planos focais competitivos. A desfocagem (defocus miópico) envia um sinal de ‘pare’ à retina, que reduz a probabilidade de o olho sofrer crescimento não fisiológico e, dessa forma, retarda a progressão da miopia. Ao mesmo tempo, as áreas livres de anéis corrigem a miopia e permitem a visão nítida”, explica a oftalmologista Patrícia Kakizaki.

Com informações: Vanessa Krunfli Haddad

Foto: Zeiss