
A alfabetização é um direito humano essencial. Vai além da capacidade de ler e escrever: envolve interpretar textos, comunicar ideias com clareza, realizar operações matemáticas simples e, cada vez mais, navegar com consciência pelos ambientes digitais.
Reconhecendo essa importância, a UNESCO instituiu o Dia Internacional da Alfabetização, celebrado anualmente em 8 de setembro, como forma de mobilizar formuladores de políticas públicas, profissionais da educação e a sociedade em geral para refletir sobre os desafios e avanços na construção de uma sociedade mais justa, pacífica, sustentável e plenamente alfabetizada.
A digitalização vem transformando profundamente a forma como aprendemos, vivemos, trabalhamos e nos relacionamos — com impactos positivos e negativos, dependendo de como nos envolvemos com ela. Embora as ferramentas digitais ampliem oportunidades de aprendizagem para grupos marginalizados — incluindo os 739 milhões de jovens e adultos que ainda carecem de habilidades básicas de alfabetização — essa transição também traz riscos. Um deles é a chamada “dupla marginalização”: a exclusão não apenas da alfabetização tradicional, mas também dos benefícios da era digital.
Além disso, a digitalização levanta preocupações urgentes relacionadas à privacidade, segurança de dados, vigilância digital e ao reforço de vieses algorítmicos, que podem perpetuar desigualdades. Há também questões éticas sobre o uso de tecnologias educacionais, o risco de consumo passivo de conteúdo e os impactos ambientais associados à infraestrutura digital — como o alto consumo de energia e o descarte inadequado de equipamentos eletrônicos.
Em 2024, quatro em cada dez crianças não atingiram a proficiência mínima em leitura, e 272 milhões de crianças e adolescentes estavam fora da escola em 2023. Esses números evidenciam a urgência de políticas públicas eficazes e inclusivas.
Em 2025, o Dia Internacional da Alfabetização será celebrado sob o tema: “Promovendo a alfabetização na era digital”, reforçando a necessidade de formar cidadãos capazes de exercer seus direitos e deveres em um mundo cada vez mais conectado — com consciência crítica, responsabilidade ética e acesso equitativo.
A alfabetização continua sendo a chave para uma sociedade mais equitativa, consciente e preparada para os desafios do século XXI.
Com informação UNESCO