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Alimentação influi na miopia, diz pesquisa

Eutropia ldc comunicação

Publicada no British Journal of Ophthalmology, uma nova  pesquisa realizada na China com 1005 crianças de 6 a 8 anos de idade, mostra que o consumo de alimentos  ricos em ômega 3, entre eles, algas, nozes,  peixes gordos como salmão, bacalhau e sardinha diminuem o risco de crianças desenvolverem miopia ou dificuldade de enxergar à distância. Maior causa de deficiência visual na infância, a miopia deve  atingir 50% da população global em 2050, segundo estimativa da  com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Para barrar esta epidemia os cuidados começam na alimentação. Isso porque,  a pesquisa alerta que as  gorduras saturadas presentes em salgadinhos e outros  alimentos  ultraprocessados largamente consumidos por crianças aumentam o risco de miopia.

 

Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier e membro fundador da ABRACMO (Academia Brasileira de Controle da Miopia e Ortoceratologia) o  maior fator de risco da miopia entre crianças certamente é o uso abusivo de telas. Isso porque,  1 em cada 3  com idade de 3 a 5 anos não segue a recomendação  preconizada pela OMS de não ultrapassar 1 hora/dia de uso das telas. Pior ainda são os relatos na Academia de  bebês com menos de 2 anos que ficam com os olhos colados na tela do celular e acabam tendo dificuldade no desenvolvimento da fala. O oftalmologista explica que todo cuidado é pouco com as telas até  a idade de 8 anos porque os olhos estão em desenvolvimento e os músculos ciliares que alternam o foco para longe e perto automaticamente, podem entrar em espasmo e focar apenas o que está próximo explica. “Os benefícios do ômega 3 para a saúde ocular se estendem da córnea, lente externa do olho, à retina. Isso porque, melhora a qualidade da lágrima, afina o sangue e permite melhor circulação do globo ocular. Por isso,  impede  o enfraquecimento da esclera, parte branca do olho, que tem importante função no controle da miopia, adia a a formação da catarata por ter ação antioxidante e ajuda a prevenir doenças na retina associadas à má circulação, salienta.

 

A pesquisa

Para chegarem à  conclusão de que a alimentação influi na miopia os pesquisadores desenvolveram a investigação em  quatro passos:

·        Fizeram a avaliação  da refração de todos os participantes;

·        Com a colaboração dos pais, checaram a frequência de consumo de 280 alimentos divididos em 10 diferentes grupos.

·        Verificaram por meio de questionários os principais fatores  de risco relacionados ao estilo de vida à miopia na infância, destacando-se: excesso de telas e outras atividades próximas, pouca atividade ao ar livre, pais míopes, baixa exposição ao sol, idade e sexo.

·        Fizeram nos participantes exame de biometria óptica para avaliar o comprimento axial, distância entre a córnea e a retina,  maior em olhos míopes.

 

Como a alimentação influi na visão

No final do estudo 27,5% dos participantes apresentaram miopia, com uma prevalência 25% maior naqueles que consumiam mais gorduras saturadas. A progressão da miopia também foi  mais rápida entre as crianças que preferiam mais alimentos conforme  exame de biometria que apontou maior comprimento axial neste grupo. Os pesquisadores afirmam que embora a pesquisa seja observacional traz uma orientação importante para os pais ficarem de olho na alimentação das criançasQueiroz Neto complementa lembrando que outro inimigo da visão na dieta é o consumo exagerado de açúcar que aumenta a produção de insulina  e  pode interferir no crescimento do eixo óptico onde as imagens são projetadas. A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é consumir seis colheres de chá de açúcar/dia. Acima disso, além de interferir no crescimento do eixo óptico que caracteriza a miopia, pode causar outros problemas de saúde que interferem em toda a saúde, conclui.

Com informações: Eutrópia Turazzi-LDC-Comunicação