HUGO ANTONELI JUNIOR
INDAIATUBA – O massagista acusado de ofensas racistas contra o repórter esportivo Manoel Messias teve o serviço dispensado do Esporte Clube Primavera, confirmou o presidente do clube, Eliseu Marques, ao Comando Notícia logo após a classificação do time na quinta-feira (11). Messias publicou as acusações em suas redes sociais e foi até a Delegacia fazer um Boletim de Ocorrência sobre o caso na noite de quarta-feira (10).
“Nós repudiamos qualquer tipo de atitude desta natureza e deixamos bem claro que esta não é a postura nem da diretoria, nem dos atletas e nem da nossa comissão técnica”, afirma Eliseu. “Nós achamos por bem não contar com os serviços dele que voltou para onde mora, se não me engano, Mogi Mirim, e comunicamos que não precisaria mais voltar”, encerrou. O clube soltou uma nota oficial que você lê abaixo. Não conseguimos contato com o acusado.
Messias afirmou que foi pegar um copo de água no banco de reservas no Primavera durante a partida contra o Vitória e o massagista disse que a água “era para os atletas”. “Os gritos enfurecidos dele chamaram a atenção dos jogadores que estavam no banco e até do técnico, Elton Mota, e do auxiliar, Domingo Wanderlei, que faziam sinal pedindo calma, mas não adiantou, ele continuou gritando e disse que se quisesse água, que fosse “procurar lá nos infernos'”, contou.
Em seguida aconteceu a ofensa racista. “Como se não bastasse o chilique, o nervoso membro da comissão técnica, passando a mão em um dos braços disse: ‘também, olha a cor de sua pele e olha a minha’. Quando falei pra ele que ninguém nunca negou um copo de água a ninguém em um jogo em Indaiatuba, ele disse ‘que se f*** Indaiatuba, vá tomar no **, você e sua raça. Cidade de b****, ainda bem que cheguei mas já estou indo embora.”
Nota oficial do Primavera
“O Esporte Clube Primavera é totalmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Diante disso o Primavera afastou imediatamente e de forma definitiva o colaborador José Carlos Schiavi após tomar conhecimento dos fatos narrados nas redes sociais pelo fotógrafo Manoel Messias, haja vista que não fomos comunicados do ocorrido.
O racismo, em pleno século XXI, é inaceitável e deve ser firmemente combatido em quase todo o mundo. Os xingamentos e demais atos que vemos recrudescer nestes tempos em espetáculos esportivos e públicos só demonstram que as pessoas precisam ser exemplarmente reprimidas quando cometem crimes contra os mais fundamentais direitos de pessoas: os direitos humanos.
O Esporte Clube Primavera se solidariza com o fotógrafo Manoel Messias pelo ataque covarde que sofreu e não medirá esforços para combater dentro do clube não só o racismo como qualquer tipo de intolerância, discriminação ou preconceito.
Diretoria do Esporte Clube Primavera”
foto: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia