Cidades

As adaptações dos cegos no trabalho

CAROL BORSATO*

As empresas não contratam qualquer pessoa, e os deficientes visuais fazem parte dessa parcela da população, muitas vezes excluída do mercado de trabalho. Adriana Galhardo Pereir, de 31 anos, deficiente visual, trabalha, e nos conta que não foi fácil se inserir no mercado. 

Atualmente ela trabalha na Telemont Engenharia de Telecomunicações S.A. O computador que ela usa no trabalho tem o NVDA, um leitor de tela gratuito. Adriana trabalhou em duas empresas, na primeira ela trabalhou 7 anos  –  a C&A Modas LTDA. Nesta ela não podia usar o computador pois lá era fora do padrão colocar leitores de telas, então a acessibilidade ela mesma fazia com sua reglete, punção, folhas e gravador.

Na C&A Adriana fazia anúncios ao microfone, transferia ligações, entregava senha no balcão de informações, realizava ligações para pesquisa de qualidade, montava caixas de presente e cataventos e colocava alarme em roupas. Com sua experiência, Adriana deixa umas dicas para os deficientes visuais.

“Na hora da entrevista de emprego, leve o notebook com o leitor de tela de sua preferência instalado. Explique ao seu entrevistador que esse leitor de tela é importante para sua acessibilidade e, se tiver oportunidade, demonstre em que ele pode lhe auxiliar. Apresente alguma forma de escrever em Braille, demonstre autonomia (por exemplo, que consegue subir e  descer escada sozinho). E, principalmente, mantenha-se de cabeça erguida, sem demonstrar medo. E boa sorte!”

*Carol Borsato é jornalista e a primeira repórter deficiente visual de Indaiatuba (SP).

foto: Carol Borsato