Assalto, três mortos e 300 quilos de drogas – ocorrência histórica completa 21 anos
HUGO ANTONELI JUNIOR | Pesquisa histórica e de fotos: REGINALDO RODRIGUES/COMANDO UNO
INDAIATUBA – Um dia que a cidade jamais esquecerá. Muita ganância, dinheiro, drogas e tristeza foram o que pairou no ar de Indaiatuba em um dia de assalto à banco, troca de tiros e fatos que jamais sairão da memória de quem participou de uma das ocorrências mais marcantes da história da cidade.
No dia em que completa 21 anos, 25 de janeiro de 1999, o Comando Notícia ouviu algumas testemunhas para montar o quebra cabeça e relembrar o caso do roubo ao banco Itaú que terminou com três mortes, duas delas de guardas da cidade.
Era uma segunda-feira e dez homens fortemente armados cercaram um carro forte em frente ao banco Itaú da rua Candelária. Entre as armas que eles possuíam estava um AR 15. Na rendição, balearam um funcionário da empresa de transporte de valores, que morreu na hora, e conseguiram levar um malote, conforme conta uma das testemunhas que lembra bem do fatídico dia.
“Na viatura da Polícia Civil tinha os guardas Lopes, Silveira e o investigador Felske. Eles estavam na antiga base da Guarda quando caiu na rede o roubo ao banco. Os bandidos pegaram o malote que o carro forte ia deixar ou buscar lá, não me recordo ao certo. O tiro que matou o funcionário do carro forte foi de 12”, diz.
“Foi aí que eles fugiram em uma Fiat/ Fiorino furgão de cor branca pela contramão na rua Candelária, sentido Rêmulo Zoppi, e bateram em um fusca. Estava passando o cadete da Polícia Civil e quem estava lá dentro não sabia ainda em qual carro os bandidos estavam fugindo, mas eles se depararam com o acidente”, prossegue.
De acordo com a testemunha, os guardas perceberam que o acidente de trânsito e o roubo estavam ligados e tentaram fugir, já que os bandidos estavam em maior número e armados. Um deles, o guarda Lopes [foto], não conseguiu sair do banco de trás e foi baleado. “O banco travou. Até socorreram ele, mas não resistiu e morreu no hospital”, afirma. O investigador Felske conseguiu escapar.
De acordo com jornais da época, os bandidos estavam armados – além da AR 15, com uma metralhadora, carregador de pistola automática, carregador de metralhadora, cartucheira calibre 12 e outra metralhadora com 66 projéteis. Outra suspeita divulgada pela imprensa na época é que o grupo seria o responsável de ter roubado uma outra agência na cidade na semana anterior.
Guarda confundido com ladrão e drogas
“O Silveira, então, correu para o mato. Quando os guardas chegaram no apoio, a população falou que os bandidos tinham fugido para o mato e como o Silveira estava à paisana, acabou sendo confundido e baleado por um parceiro em uma infelicidade”, relembra. Os bandidos fugiram no cadete da Polícia Civil e trocaram tiros com a Guarda e a Polícia. Alguns morreram no caminho e os outros conseguiram fugir.
A perseguição durou até que o restante dos bandidos não foi mais encontrado. Na fuga, de acordo com testemunhas, eles deixaram para trás uma parte. Foi roubado, de acordo com notícias da época, R$ 235 mil, mas recuperado parte disto na fuga dos bandidos. Até o helicóptero Águia da Polícia Militar foi chamado para auxiliar na ocorrência.
Depois de terem perdido os bandidos de vista, os agentes policiais receberam a informação de que havia suspeitos em uma chácara na estrada sentido Itupeva. Foram para lá onde se surpreenderam com uma enorme quantidade de cocaína, que foi aprendida, cerca de 300 quilos de acordo com informações publicadas na época.
Drogas apreendidas em zona rural sentido Itupeva.
Comoção e tristeza
O funcionário da empresa de transporte de valores foi velado e sepultado na cidade de Campinas. Os dois guardas baleados e mortos pelos bandidos tiveram as homenagens feitas na Câmara Municipal e o enterro foi no cemitério Parque Indaiá. As fotos da época mostram que os caixões receberam homenagens e foram colocados em cima de uma viatura do Corpo de Bombeiros para comoção da cidade, que, de acordo com o IBGE, tinha cerca de 145 mil habitantes.
Fotos: recortes do jornal Tribuna/divulgação