HUGO ANTONELI JUNIOR
INDAIATUBA – Pela primeira vez na história da Liga Aifa de Futsal Feminino uma final foi decidida nos pênaltis. Foi também a primeira vez que o Atlético Oliveira foi campeão da competição, de quebra, desbancando as tricampeãs do Dinho Água. A final foi realizada na Sol Sol, domingo (5) de manhã. [veja todas as fotos do jogo no final do texto]
Além do caneco, o Oliveira também teve a artilheira da competição e jogadora destaque. Ambos os troféus foram para Jaqueline, camisa número nove, craque da equipe e que marcou quatro dos sete gols na final. O Ituano Ceunsp, de Itu, ficou com o terceiro lugar em jogo disputado antes da final.
O jogo
O Oliveira começou mais com a bola e pressionando o Dinho, mas as maiores campeãs do torneio mostraram a letalidade do ataque logo após os três minutos em um chute de longe de Michele, camisa 10, 1 a 0. Bruna não deixou por menos e chotou no ângulo para ampliar.
Quando o jogo parecia controlado brilhou a estrela de Jaqueline. Em um minuto ela fez dois gols aproveitando a desatenção da zaga do Dinho e deixou a sua equipe viva na decisão. Aos 12 minutos, em um chute lindo, Jaqueline virou para o Oliveira em uma bola que chegou a bater no travessão.
Bruna, em uma jogada de pivô, conseguiu igualar os números no placar. De cabeça, Thais encobriu a goleira e conseguir revirar o jogo para o Dinho, 4 a 3. Michele, a camisa 10, quase ampliou em uma linda jogada aos 18 minutos.
No segundo tempo, Michele chutou na trave no primeiro minuto. Quem não faz, leva. Liliane empatou o jogo novamente. Um minuto depois, o Dinho teve a oportunidade de passar à frente novamente em uma jogada espetacular de Michele que deixou a parceira na cara do gol, mas ela tentou driblar e perdeu a chance. No lance seguinte isso se repetiu para o Oliveira, novo gol perdido.
Só voltou a sair gol aos 18 minutos do segundo tempo, com Michele. Parecia ser o gol do tetra, mas só parecia. Faltando 45 segundos, Jaqueline mostrou que, apesar de ser camisa 9 e não 10, ditava o ritmo da equipe. Novo empate, 5 a 5.
Prorrogação e nervosismo
Estateladas no chão, algumas jogadoras receberam massagens para conseguir continuar e o jogo voltou com gol. Aos 15 segundos, Valéria colocou o Dinho na frente. No último minuto do primeiro tempo da prorrogação, o Oliveira empatou.
Em uma jogada muito polêmica, o Dinho voltou a colocar-se à frente, 7 a 6. A torcida e as jogadoras reclamaram falta, mas as juízas consideraram lance normal. O lance seguiu e o gol saiu. A torcida do Oliveira pressionou a arbitragem e o jogo ficou parado alguns minutos para os ânimos se acalmarem.
Thais mostrou que estava calminha ao acertar o ângulo e carimbar os pênaltis para o Oliveira.
Duelo de craques e pênaltis
Jaqueline, a artilheira do Oliveira, abriu as cobranças de pênaltis, mas foi mal e teve o chute defendido. Seria o dia da craque do azarão não conseguir decidir? Não. Apesar de ter errado, ela contou com mais erros do Dinho para vencer após cinco pênaltis.
O duelo de Jaqueline foi com a 10 do Dinho, Michele. Ambas desfilaram um futebol atraente e envolveram as marcações adversárias. Ambidestra, Michele é, literalmente, uma camisa 10. Acelerava quando era preciso, chutava, dava passes e dribles secos.
Jaqueline, menor e mais velocista, mostrou-se decisiva e marcou os gols suficientes para se tornar artilheira na grande final. “Minha especialidade é mais dar passe, até me surpreendi fazendo gols”, contou ao Comando Notícia no final do jogo.
Melhor para Jaqueline, mas o brilhantismo com que regeu a equipe do Dinho, Michele, atleta de Campinas que chegou a jogar com o Oliveira, deixou suas marcas bem evidentes na decisão.
fotos: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia