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Brasileiro que vive em Londres comemora aprovação da vacina contra Covid-19 no Reino Unido: ‘Liberdade de volta’

A notícia mais esperada do ano finalmente chegou para parte da Europa na última quarta-feira (2): o Reino Unido anunciou que aprovou a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech e que prevê iniciar a vacinação já na semana que vem. Apesar de não fazer parte do grupo prioritário, o brasileiro George Lucas Ribeiro Souza, que vive em Londres, está ansioso para receber a dose.

O empreendedor tem 26 anos e se mudou de Sorocaba (SP) para a capital da Inglaterra em março deste ano com o objetivo de buscar recursos para a startup que criou no Brasil. Em Londres, George mora no bairro Greenwich com a esposa Nathalia de Carvalho.

Um mês após a chegada à Inglaterra, o casal, que tem cidadania italiana, contraiu o coronavírus. A reportagem, o empreendedor contou que os dois desenvolveram apenas sintomas leves, mas, ainda assim, preocupantes.

“Tivemos febre baixa, dor no corpo e falta de olfato e paladar durante 20 dias, mas não precisamos de tratamento médico. O recomendado no nosso caso foi isolamento e repouso. O sistema de saúde daqui é gratuito para os residentes, então não tivemos gastos”, explica.

Mas foi justamente o fato de ter sentido na pele as consequências da pandemia que fez com que George comemorasse a aprovação da vacina no país.

Nossa expectativa é alta, estamos ansiosos para termos nossa liberdade de volta. Pretendo tomar a dose sim, não tenho medo, uma vez que a lista de prioridades não me inclui no primeiro momento de aplicação. A prioridade é para os que estão em risco”, comenta.

Lote inicial

 

De acordo com o ministro da saúde da Inglaterra, Matt Hancock, um lote inicial com 10 milhões de doses será disponibilizado pelo NHS, o serviço público de saúde britânico, ainda este ano.

Profissionais da saúde deverão estar entre os primeiros a serem vacinados, assim como idosos e pessoas que vivem em casas de repouso, incluindo funcionários. Por causa das condições de armazenamento da vacina – que precisa ser mantida a -70ºC – as campanhas de imunização serão feitas em hospitais.

No início de novembro, as farmacêuticas anunciaram que a vacina tem eficácia de 95% na prevenção da Covid-19. O laboratório pretende produzir até 50 milhões de doses de vacina em 2020 para o mundo todo e 1,3 bilhão de doses até o fim de 2021.

A vacina da Pfizer/BioNTech é uma das quatro que também estão sendo testadas no Brasil. Porém, o país ainda não fez um acordo para adquirir o imunizante, uma vez que ele precisa de temperaturas baixíssimas para ser armazenado. O preço da vacina da Pfizer também pode ser um impeditivo para a aplicação em massa no país.

Em novembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou medidas que podem acelerar o registro de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Na opinião de George, no entanto, o país tem dificultado o processo de aprovação do imunizante.

“Os dados para a tomada de decisão são os mesmos, mas o Reino Unido tenta resolver o problema enquanto o Brasil está agravando ele.”

George e Nathalia se mudaram de Sorocaba para Londres em março — Foto: George Lucas Ribeiro Souza/Arquivo pessoal

Medidas de prevenção

 

Com mais de 59 mil mortes em função da Covid-19, o número mais alto da Europa, o Reino Unido segue adotando algumas medidas para evitar a proliferação da doença. Segundo George, o uso de máscaras no transporte público é obrigatório.

“A penalidade aplicada ao cidadão que não utiliza a máscara no transporte público é de £ 6.400, algo em torno de R$ 45 mil. No dia a dia, nós também utilizamos outros cuidados básicos para prevenção, como álcool em gel e vitaminas para aumento da imunidade com uma dieta balanceada”, completa.

Com informações G1 Sorocaba e Jundiaí
 Foto: George Lucas Ribeiro