HUGO ANTONELI JUNIOR
INDAIATUBA – Morando em Toronto, no Canadá, há cerca de um ano, o casal Fernando e Natália Tirabassi – nascidos no interior de São Paulo, relataram ao Comando Notícia o dia atípico que o país viveu na segunda-feira (23) após o atropelamento em série que matou dez pessoas. Natália trabalha em um shopping na rua de trás de onde aconteceram os fatos e deu um depoimento exclusivo ao Bom Dia, Indaiatuba, da Rádio Jornal desta terça-feira (24).
“Um homem sem motivo dirigiu em um lugar que não é permitido, que é um lugar para pedestres, estou saindo no trabalho agora, 21h30 e posso dizer, trabalho em um shopping aqui no centro da cidade, canadenses estão bem assustados”, diz. “Nós brasileiros, infelizmente estamos acostumados, mas eles não estão. `Para eles foi um choque muito grande, o governo já confirmou que não foi um atentado, não se sabe ao certo a causa, as autoridades estão investigando.”
Ouça o áudio abaixo:
Ela ainda afirmou que o governo já emitiu um alerta. “Pediu para que as pessoas evitem congestionar a linha de [telefone] emergência 911. Pediram para que as pessoas fiquem calmas, tomem cuidado. Alguns lugares foram fechados para investigação. O Canadá é um país muito pacífico e o que foge do normal assusta. No meu trabalho as pessoas estavam muito assustadas e perguntavam como é possível e o que esta pessoa estava pensando”, encerra.
O caso
Na segunda-feira (23), uma van atropelou dezenas de pessoas numa rua em Toronto, no Canadá. A polícia prendeu o suspeito Alek Minassian, de 25 anos, logo em seguida.A van branca de aluguel subiu sobre a calçada num trecho movimentado da Rua Yonge, em Toronto, atropelando pedestres ao longo de aproximadamente 1 km.
Dez vítimas morreram e outras 15 estão feridas. A van fugiu do local circulando às vezes pela calçada e, em outras ocasiões, na contra-mão. Cerca de 25 minutos depois, a polícia prendeu o motorista acusado de ser o responsável.
Ele irá responder por 13 tentativas de assassinato. Mais cedo, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que o atropelamento não alterou o nível de segurança do país, nem os preparativos para a cúpula do G7 em Quebec, em junho. Ele acrescentou que os canadenses não devem viver com medo.
Policial prendeu motorista sem dar nenhum tiro
Um vídeo mostra o suspeito pelo ataque apontando um objeto para o policial e gritando: “Me mate!”. O policial, que segura um arma, pede então que Minassian se abaixe e quando o suspeito diz que tem uma arma, ouve de volta: “Eu não me importo. Abaixe-se.” Minassian é então visto deitado e o policial o prende.
Muitos na América do Norte se espantaram que o ataque não terminara com o suspeito sendo morto em um tiroteio com a polícia – como têm ocorrido em incidentes nos Estados Unidos, inclusive em casos com suspeitos já desarmados.
“Estudos mostram que a polícia canadense reluta em usar força letal”, diz Rick Parent, criminologista na Simon Fraser University no Estado canadense de British Columbia. “Uma análise sobre dados de uso de armas de fogo pela polícia ao longo dos anos, revelou que, na comparação com seus colegas americanos, oficiais canadenses disparam bem menos suas armas. Mas, assim como os americanos, eles correm vários riscos na proteção do público.”
O chefe da polícia de Toronto, Mark Saunders, disse a jornalistas que o oficial fez um “trabalho fantástico” para entender a “circunstância e o ambiente” e chegar a uma “solução pacífica”. Ele disse que a polícia na cidade foi “ensinada a usar o mínimo de força possível em qualquer situação”. Mike McCormack, presidente da Associação de Polícia de Toronto, disse ao jornal Globe and Mail que o policial foi um “herói” e que teria justificativa para atirar.
“Este oficial olhou para o que estava acontecendo e determinou que ele poderia lidar com isso da maneira que fez”, afirmou. Ele disse ter conversado com o policial, que ele lhe disse: “Acabei de fazer meu trabalho. O que fiz não foi grande coisa. Mas olhe para essas pobres pessoas (feridas).”
Violência no Brasil x Canadá
O último relatório, de 2016, aponta que os homicídios representaram menos de 0,2% de todos os crimes violentos no Canadá. A polícia relatou 611 homicídios no país no passado, sendo 1,68 homicídios por 100.000 habitantes em 2016. Já o Brasil registrou, em 2015, 59.080 homicídios, o que significa 28,9 mortes a cada 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência 2017, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Como ouvir o Bom Dia, Indaiatuba
Você pode sintonizar o seu rádio na frequência AM 1470, ouvir a programação via site oficial da rádio ou através do aplicativo Rádio Jornal Indaiatuba para celular disponível para todas as plataformas. A vantagem do aplicativo é que é possível “minimizá-lo” e realizar outras funções no celular enquanto continua ouvindo a rádio.
Outra atração recente da Rádio Jornal é o programa Bom Dia, Indaiatuba, com o Comando Notícia, no ar desde janeiro trazendo informações em tempo real de temperatura, trânsito e as últimas notícias para o indaiatubano acordar bem informado. O programa está no ar de segunda a sexta, das 6 às 7h50.
com BBC e G1
