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Campinas define critérios para volta às aulas presenciais em outubro

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Campinas (SP) anunciou na segunda-feira (31) critérios para retomada das aulas presenciais a partir de 7 de outubro, desde que a cidade atenda aos requisitos do Plano SP de flexibilização da quarentena. Apenas estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental da rede municipal, da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e de cursos técnicos poderão retornar às unidades em sala de aula diariamente, enquanto a volta de crianças entre 4 e 5 anos, da Educação Infantil, será avaliada no mês de setembro. Os demais estudantes seguem utilizando o ensino remoto.

Apesar de definir parâmetros e protocolos para a volta, a prefeitura informa que o retorno às aulas presenciais, mesmo para esse grupo, é facultativo. Já no caso de estudantes do grupo de risco, com comorbidades ou acime de 60 anos (no caso do EJA), o retorno está vetado.

Além disso, a prefeitura fará, a partir desta terça-feira (1), uma pesquisa online, no site da Educação, para saber a opinião de pais ou responsáveis sobre a retomada.

Durante o anúncio das medidas, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), anunciou ainda que todos os profissionais envolvidos com a educação na rede municipal serão testados para Covid-19, sem definir, no entanto, o tipo de exame e quando isso ocorrerá.

De acordo com a administração, para a volta às aulas presenciais os alunos serão separados em diversas salas e serão adotados os seguintes cuidados:

  • Carteiras serão separadas com distância de 1,5 metro;
  • Alunos terão a temperatura aferida na entrada;
  • Haverá álcool em gel para higienização das mãos e mochila na entrada;
  • Um kit com máscara, álcool em gel e garrafa para consumo de água será distribuído aos alunos da rede;
  • Equipes farão a limpeza diária das unidades e entre as turmas;
  • Os estudantes receberão pratos prontos para a alimentação;
  • No transporte escolar, as turmas serão reduzidas e haverá limpeza dos veículos a cada viagem;

Solange Villon Kohn Pelicer, secretária de Educação, destacou que nenhum aluno será reprovado, e quem optar pode seguir com as atividades na plataforma disponibilizada pela prefeitura.

Sobre o fato de os alunos serem divididos em mais de uma sala, para que ocorra o distanciamento, a prefeitura ainda não definiu como funcionaria o planejamento dos professores, o que será feito em setembro, mas a pasta informa que um professor não ficará responsável por mais de uma sala.

Sala de aula de unidade em Campinas — Foto: Arthur Menicucci/G1

 

Ensino Infantil

Ficou estabelecido pela prefeitura que alunos até três anos não deverão retornar às aulas presenciais, sendo que duas avaliações serão realizadas em setembro para definir se crianças entre 4 e 5 anos poderão voltar às escolinhas – caso os pais ou responsáveis queiram.

Apesar de não ser impeditivo, a prefeitura espera, para o retorno dos estudantes, que o índice de crianças até 6 anos vacinadas contra a gripe aumente na cidade.

Atualmente, 72% desse público-alvo recebeu a imunização, que não protege contra o coronavírus, mas ajuda no diagnóstico. A meta é chega aos 90%.

 

Rede municipal

A definição pela volta às aulas de apenas alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental é uma escolha da rede municipal de ensino.

No caso de escolas da rede particular, assim que houve a permissão pela retomada do ensino presencial, cada uma pode definir seu critério, desde que atenda aos protocolos estabelecidos pela Vigilância Sanitária da cidade.

 

Rede Estadual e particular

Os critérios anunciados pela rede municipal são diferentes da rede estadual de ensino e da rede particular. Pelo Plano SP, a volta será feita em esquema de rodízio de alunos definido pelas próprias escolas e dividida em três fases de retomada:

  • Primeira fase: somente 35% dos alunos de cada classe poderão frequentar as escolas a cada dia. Ou seja, em um dia vai um grupo, em outro dia, vai outro. Mas a Secretaria do Estado não informou qual modelo de rodízio as escolas devem se inspirar.
  • Segunda fase: até 70% dos alunos poderão frequentar as escolas a cada dia.
  • Terceira fase: 100% dos alunos podem voltar às salas de aula.

 

Aval da Saúde

O planejamento da volta às aulas na rede municipal contou com o aval dos órgãos de Saúde, que promete monitorar a situação epidemiológica e estabelecer protocolos em casos de novas infecções ou possíveis surtos.

Como as crianças e adolescentes representam uma pequena faixa de todos os infectados, eles estão suscetíveis a serem contaminadas pelo coronavírus e podem atuar como vetores para levar a doença para casa, por exemplo.

“Nós temos em Campinas, pelo nosso inquérito, 45 mil infectados. Isso quer dizer que temos 1,1 milhão suscetíveis ao vírus, não só crianças. Mas por isso vamos fazer essa distinção [5º e 9º anos]”, argumentou Jonas Donizette.

Carmino de Souza, secretário de Saúde, destacou que todo o movimento depende ainda do Estado, uma vez que o Plano SP prevê que todos os municípios estejam na fase amarela da flexibilização por um determinado período para que o retorno ocorra em outubro.

Analisando os dados da pandemia e fazendo um recorte do inquérito epidemiológico sobre a Covid em Campinas, a Saúde analisou qual o impacto da doença entre crianças e adolescentes na faixa escolar.

De acordo com o secretário, o total de 1.565 infectados entre 0 e 20 anos representa 5,8% dos casos na cidade, sendo que nessa faixa etária, o número de internações foi de apenas 1,8% dos registros.

Número de casos confirmados

  • 0 a 5 anos: 348
  • 6 a 10 anos: 219
  • 11 a 15 anos: 241
  • 16 a 20 anos: 757

 

Número de internações

  • 0 a 5 anos: 32
  • 6 a 10 anos: 12
  • 11 a 15 anos: 6
  • 16 a 20 anos: 7

 

Foto: arquivo/Comando Notícia.