Campinas tem aumento nas ocorrências de tráfico de drogas e porte de armas na quarentena
A Polícia Civil de Campinas (SP) registrou aumento nas ocorrências de tráfico e porte de drogas e também de porte ilegal de armas durante a pandemia, nos meses de março e julho. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
O maior aumento percentual ocorreu no número de apreensões de entorpecentes. Foram 57 ocorrências em cinco meses, 16,3% a mais do que as 49 registradas entre março e julho de 2019. [veja outros dados abaixo]
Delegado titular do 11º Distrito Policial (DP), em uma das regiões com mais ocorrências envolvendo entorpecentes na cidade, Sandro Jonasson explica que a Polícia Civil tentou tirar vantagem de uma menor circulação de pessoas no período para “sufocar o tráfico”.
“Nossa intenção foi sufocar o tráfico para tentar diminuir índices de homicídio, que estão diretamente ligados ao tráfico de entorpecentes. Nesse contexto, também há o fato que, com menor circulação, as drogas ficam por mais tempo armazenadas, e isso permite que a Polícia Civil chegue aos grandes depósitos”, explica.
Entre as apreensões realizadas, estão a localização de uma refinaria no Jardim Marisa, em abril, e a localização de um depósito que abastecia pontos de tráfico na região do Campo Grande, em Campinas, e bairros de Hortolândia, em maio – no imóvel foram apreendidas mais de 3 mil porções de entorpecentes, entre maconha e cocaína.
“Nos tempos normais, a droga fica armazenada em um local por no máximo três dias. Com uma menor demanda, chega a ficar por uma semana. Mas o tráfico rapidamente se adapta e dificulta o trabalho policial, com uma logística organizada para movimentar essa droga. Às vezes até em cidades vizinhas”, conta Jonasson.
Apreensões de drogas e armas em Campinas
Ocorrência | Mar-Jul/2019 | Mar-Jul/2020 (pandemia) | Variação (%) |
Porte de entorpecentes | 104 | 118 | +13,4% |
Tráfico de entorpecentes | 392 | 441 | +12,5% |
Apreensão de entorpecentes | 49 | 57 | +16,3% |
Porte ilegal de armas | 69 | 80 | +15,9% |
Nº de armas de fogo apreendidas | 166 | 176 | +6% |
Ainda segundo o titular do 11º DP, o número de apreensões de armas segue a mesma lógica do tráfico, e muitas vezes estão relacionadas.
“No caso de prisões de grandes traficantes, os ‘patrões’, eles têm arma para proteger a carga deles, a droga. E assim como os entorpecentes, também têm ficado mais tempo nesses locais, o que permite que a Polícia Civil aja e efetue as prisões”, defende.