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Candidato a deputado federal preso em Hortolândia por suspeita de crimes sexuais recebe 749 votos

Walter Tato foi preso preventivamente em 14 de setembro, 18 dias antes das eleições deste domingo (2). Defesa informou que entrou com recurso para pedir a liberdade do político

 

O candidato a deputado federal Walter Tato (Podemos), preso em Hortolândia, no dia 14 de setembro, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva por suspeita de crimes sexuais, teve 749 votos nas eleições do último domingo (2). Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o resultado o coloca como suplente.

O processo ao qual Tato responde está em segredo de Justiça, segundo o advogado dele, Alexandre Paula. Um primeiro pedido de habeas corpus foi negado e a defesa entrou com recurso, que será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Para a defesa, Tato deve responder ao processo em liberdade por não ter antecedentes criminais, além de outros fatores. Pelo caráter sigiloso do processo, o advogado optou por não passar outras informações. O político é investigado por importunação ofensiva ao pudor e estupro.

Segundo o site do TSE, o registro de candidatura de Tato foi deferido em 3 de setembro. Em nota, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) afirmou que registro não será afetado, tendo em vista que ele estava (à época do deferimento) e permanece até esta data com os direitos políticos ativos.

“Do mesmo modo não será afetada a diplomação. No entanto, caso ele venha a ser condenado antes da posse, os seus direitos políticos serão suspensos e isso impediria que ele viesse a ser investido no cargo”, completou o tribunal.

 

A prisão

Esposa de Tato foi na delegacia em Hortolândia (SP) no dia da prisão do marido — Foto: Reprodução EPTV
Esposa de Tato foi na delegacia em Hortolândia (SP) no dia da prisão do marido — Foto: Reprodução 

Na data da prisão, Tato tinha acabado de sair do comitê eleitoral quando foi abordado pela Polícia Militar na Avenida Santana, no Jardim Amanda. Ele estava dirigindo um veículo Corolla.

O mandado judicial foi expedido pela 1° Vara Criminal da Comarca de Hortolândia. Nada de ilícito foi encontrado com Tato, disse a PM.

Nelita Rocha, coordenadora da campanha dele, disse à reportagem, no mesmo dia, que o candidato fazia campanha todos os dias e que estava dentro do prazo para que ele apresentasse a defesa em relação à acusação.

Também no mesmo, a esposa do político, Deborah Pereira, disse que a suposta vítima fazia foto e filmagem para Tato em 2020, e rebateu as acusações dizendo que é uma “denúncia vazia”.

“Eu estou aqui como uma esposa indignada, de um homem que está dentro de uma delegacia, preso, devido a uma denúncia vazia”, disse Deborah.

Já a mulher que denunciou o candidato afirma ter sido agarrada à força em 2020. A jovem trabalhou na campanha de Tato há dois anos, quando ele se candidatou à Prefeitura de Hortolândia, cuidava da parte de foto e filmagem dele. Segundo a denunciante, foi nesta época que as violências aconteceram.

“Passava a mão em mim. Teve um dia específico que eu fui apenas buscar um medicamento e ele me agarrou dentro do apartamento dele. Ele segurou meus braços e começou a pedir beijo. Eu tampei minha boca e empurrei ele”, disse a denunciante.

Raquel Sales, advogada que representava Tato, chegou a afirmar que não há provas contra o político. “Não tem prova nenhuma. É a palavra da vítima contra a palavra do réu”, disse em 15 de setembro.

 

 

 

 

 

 

Com informações e foto de G1