Cidades

Cegos também gostam de fazer uma boa leitura

CAROL BORSATO*

A leitura tem grande importância para toda pessoa, todo tipo de leitura devia ser praticado também pelos deficientes visuais. Ler não é apenas ler um livro que você gosta; quando você faz uma receita, por exemplo, seja doce ou salgada, você pratica a leitura para saber o que está na lista de ingredientes e o modo de preparo.

Não importa se você realiza sua leitura pelos meios eletrônicos ou se é a leitura no papel, o importante é praticá-la. Os cegos nos tempos antigos só liam em braille, pois os computadores e seus formatos de escrita começaram a ficar populares a partir do ano 2000, e ainda assim, a internet não tinha boa qualidade, era bem complicado baixar arquivos.

Os leitores de tela também não tinham toda popularidade como nos dias atuais. O sistema dosvox era o meio gratuito mais conhecido e utilizado, pois os leitores existentes eram caros e ainda não havia cegos criadores de cracks que funcionassem como ativadores e tradutores.

Aos poucos a tecnologia foi avançando e os cegos foram descobrindo outras formas de ler sem ter que recorrer especificamente ao sistema braille.

Hoje em dia, temos o braille eletrônico, que é produzido pelas linhas braille e também foi criado o braille informático, que tem 8 pontos e muda um pouco sua escrita.

O problema dessas linhas é o preço, pois os produtos assistivos são caros e, muitas vezes, não são produzidos no Brasil, o que significa que, se não houver lojas virtuais que os revendam, precisa-se importar e esse modo de aquisição é bem mais complicado apesar de às vezes até sair mais barato.

Os gêneros de leitura são diversos: as poesias, são lindas e tem milhares de classificação; os contos também são muito legais, pode ser conto de terror ou qualquer outra classificação, são sempre bem vindos; as crônicas, além de legais também são bem engraçadas, adorei a crônica do Aeroporto de Congonhas, fala de situações bem malucas!

Não importa qual leitura o cego pratica, o importante é que ele leia e muito!

Desafio os cegos a ler contos e crônicas, e aí, vocês topam?

*Carol Borsato é jornalista e a primeira repórter com deficiência visual da história de Indaiatuba (SP).

foto: divulgação