O chimpanzé Black, que foi transferido do Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros” para o Santuário de Grandes Primatas, em Sorocaba (SP), após uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), morreu no sábado (6).
Segundo o santuário, Black morreu com aproximadamente 50 anos. Ele teve uma parada cardiorrespiratória por volta das 21h.
Na quinta-feira (4), o chimpanzé apresentou dores e estava com uma leve apatia. Ele foi medicado pela equipe do santuário e passaria por um check-up de saúde. No entanto, morreu antes de fazer os exames. O corpo do animal passou por necropsia e um laudo apontará a causa da morte.
Nas redes sociais, o Santuário de Grandes Primatas lamentou a morte do primata. “Descanse em paz, querido Black. Sua história nunca será esquecida”, diz o post.
A administração do santuário informou que Black foi enterrado no domingo (7).
Resgatado de circo
Black chegou ao zoo de Sorocaba na década de 1970, quando foi resgatado de um circo. A última fêmea com quem o chimpanzé teve contato, Rita, morreu em 2010. Desde então, ele vivia sozinho no recinto do zoológico de Sorocaba.
O local onde Black estava é uma propriedade particular, mantida por uma família fundadora, e é afiliado ao Great Ape Project/Projeto dos Grandes Primatas (GAP).
Até sua morte, ele vivia em uma área com grama, uma estrutura de três andares e com um cesto panorâmico. O animal era considerado idoso e, por isso, realizava exames regularmente para acompanhamento da saúde.
Santuário dos macacos fica na zona rural de Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal
A falta de convívio com a espécie foi um dos argumentos do pedido de transferência, feito pela Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda) e pela Associação Sempre Pelos Animais, de São Roque (SP).
O histórico clínico do animal, ao qual a reportagem teve acesso, mostra que o primata precisou ser medicado por causa de estresse em 2012 e chegou a comer as próprias fezes em 2013, durante o período em que esteve no zoo.
Transferência
Chimpanzé Black vivia no zoológico de Sorocaba e foi transferido para um santuário — Foto: Arquivo pessoal
A transferência de Black era discutida na Justiça havia mais de um ano. Em primeira instância, a mudança foi negada, mas uma nova decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo foi favorável.
Cerca de 12 pessoas chegaram a fazer uma manifestação no zoológico no dia da mudança para tentar impedir a entrada do caminhão que faria o transporte.
Nova companheira
O chimpanzé Black não vivia mais sozinho e dividia o recinto do santuário com uma companheira: a fêmea Dolores, de 23 anos.
Segundo o santuário, Black, de aproximadamente 50 anos, chegou ao local obeso e com alguns dentes quebrados, mas atualmente se encontrava adaptado à rotina e ativo. Em julho de 2019, ele começou a ter contato com outras fêmeas.
Com informações G1 Sorocaba