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Cientista brasileira desenvolve primeiros repelentes do mundo que exterminam mosquitos da febre oropouche e da dengue

O Ministério da Saúde divulgou em 14 de maio que a febre oropouche está se alastrando pelo país, com mais de 5.102 casos registrados. O Amazonas segue líder no ranking da doença, com 2.947 ocorrências. No segundo lugar está Rondônia, com 1.528 pacientes. Os outros 627 casos foram catalogados ou estão sob investigação em Roraima, Acre, Amapá, Piauí, Pará, Bahia, Maranhão, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. 
 
Até o momento, não há registros de óbitos por febre oropouche, mas em pessoas com baixa imunidade, como portadores de HIV/AIDS, de imunodeficiência primária grave e doenças autoimunes, pacientes em tratamento oncológico, transplantados, em tratamento de hemodiálise e que fazem uso contínuo de medicamentos imunossupressores, pode haver prejuízos ao sistema nervoso central por ocorrência de meningite asséptica e meningoencefalite.

A febre oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, chamado popularmente de maruim, meruim, mosquito pólvora ou mosquito do mangue e os sintomas são parecidos com a dengue, incluindo febre, mal estar, dores de cabeça e musculares, náuseas, diarreia e cansaço. O primeiro caso no mundo foi registrado na década de 50. Só para se ter uma ideia, existem mais de 3,5 mil espécies de insetos em todo o planeta e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitas são responsáveis pela transmissão de doenças que matam mais de um milhão de pessoas por ano e causam bilhões de patologias.

No Brasil, a população tem no repelente para roupas Protec e no repelente para pele FLY dois importantes aliados contra o maruim, contra o Aedes aegypti (causador da dengue e outras enfermidades) e contra picadas de insetos urbanos e silvestres.

O Protec faz parte do portfólio da empresa de alta tecnologia Aya-Tech e nasceu em 2010 pelas mãos de Fernanda Checchinato, CEO da companhia. O produto possui vários diferenciais em relação a outros concorrentes diretos e indiretos. Primeiro, ele não é para a pele, é um repelente para aplicação exclusiva em roupas, tecidos e superfícies, desde camisas, camisetas, bonés, casacos, mantas, cobertores, edredons, lençóis, fronhas, toalhas, cortinas, tapetes, sofás, meias, elásticos e tiaras de cabelo, coleiras de animais, uniformes, tênis e roupas em geral e até mesmo em telas de mosquiteiros, carrinhos de bebês, bancos de carros, pisos, paredes, azulejos, vasos, batente de portas, janelas, livros, barracas de camping e barcos. Segundo, é o primeiro repelente do mundo certificado no Brasil pela Anvisa. Terceiro, ele tem ação comprovada por 20 lavagens ou 60 dias. E quarto, entre outros detalhes únicos, sua fórmula é vegana e usa permetrina (extraída da flor crisântemo) como princípio ativo e água como solvente – o que torna o produto inodoro, antialérgico e inofensivo para humanos, incluindo recém-nascidos, bebês e crianças maiores, idosos e grávidas, animais e meio ambiente.

“O Protec é fruto de muitos anos de P&D e tem 100% de eficácia contra o mosquito transmissor da dengue, febre amarela, zika vírus, chikungunya, leishmaniose e Síndrome de Guillain-Barré, contra o vetor da febre oropouche e contra pragas urbanas, como ácaros, traças, baratas, traças, borrachudos, moscas, carrapatos, piolhos, formigas, pulgas e muriçocas, que provocam alergias e outras patologias de pele”, diz Fernanda, 
 
Segundo ela, outro ponto inovador do Protec é que ele age afastando os insetos. “Quando uma pessoa veste uma roupa, calça um sapato, usa um boné, se senta ou se deita em um sofá ou em uma cama com lençóis, fronhas e cobertor ou em uma rede onde o produto foi aplicado, o inseto sente o princípio ativo, se afasta imediatamente e não pica a pessoa. No entanto, se ele for insistente e decidir ficar, passar perto ou pousar na superfície aplicada, ele acaba absorvendo o produto, entra em estado de paralisa e morre. Com o Protec não há escapatória para o mosquito”, afirma a empreendedora brasileira de 49 anos que mora em São Paulo e é engenheira química e cientista PhD pela UFSC, Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais pelo Laboratório CNRS da Universidade de Lyon (França), pesquisadora na Japan International Cooperation Agency, ex-docente do Senai CTC Criciúma e da UFSC e autora de seis patentes de inovação tecnológica.
á o FLY, que também faz parte da família Aya-Tech e – assim como o Protec – foi desenvolvido com nanotecnologia, é o primeiro repelente do mercado para pele que pode ser utilizado em bebês a partir de dois anos de idade, garantindo proteção segura e eficaz para toda a família – desde crianças, adolescentes, adultos e gestantes até a terceira idade. 
 
Recomendado pela OMS, o FLY é biodegradável, hipoalergênico, dermatologicamente testado, tem formulação atóxica, não tem perfume, não resseca a pele, pode ser reaplicado várias vezes e repele os mosquitos Aedes aegypti (dengue) por até 9 horas e Culicoides paraensis (febre oropouche), Culex quinquefasciatus (encefalites e elefantíase), Anopheles aquasalis (malária) e demais insetos por até 8 horas.  

Além do Protec, com 1% de ativos, e do repelente dérmico FLY, Fernanda Checchinato criou vários produtos para saúde e bem-estar à frente da Aya-Tech, a exemplo de bactericidas, fungicidas e viricidas para roupas, antissépticos sem álcool para mãos e corpo, o repelente em aerossol Bite Block (que conta com 0,5% de ativos, protege contra insetos e pode ser facilmente transportado na bolsa ou na bagagem em viagens nacionais e internacionais) e a linha GY de cosméticos infantis tipo slime que colorem a pele da criança sem causar alergia ou desconforto e incentiva a higiene dos pequenos de forma lúdica e criativa.

Entre os novos ítens em fase de desenvolvimento que deverão ser incorporados em breve ao portfólio da empresa estão um repelente para aplicação em couro e um produto para sapatos para portadores de epidermoliose bolhosa.

Com informações: Renata Bosco

Foto: Divulgação