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Como reduzir riscos de quedas no banheiro como aconteceu com Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de 64 anos, deixou na manhã desta terça-feira (24) o Hospital das Forças Armadas, em Brasília, onde passou a noite em observação após sofrer uma queda na noite de ontem no Palácio da Alvorada. 

De acordo com nota emitida pelo Palácio do Planalto, o presidente foi atendido pela equipe médica da Presidência da República e levado ao Hospital das Forças Armadas. Foi submetido ao exame de tomografia computadorizada do crânio, que não detectou alterações, e passou a noite bem.

Quedas em pessoas acima de 60 anos são um risco

Estima-se que há uma queda para um em cada três indivíduos com mais de 65 anos e que um em vinte daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura ou necessitem de internação. Dentre os mais idosos, com 80 anos ou mais, 40% cai a cada ano. Dos que moram em asilos e casas de repouso, a frequência de quedas é de 50%.

A prevenção de quedas é tarefa difícil devido à variedade de fatores que as predispõem. Aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65 anos de idade caem pelo menos uma vez por ano. Entre as consequências das quedas, a fratura no fêmur é uma das mais graves. O rompimento deste, que é o maior osso do corpo humano, tem grandes chances de impactar na qualidade de vida dos idosos. Confira algumas dicas para evitar quedas de idosos no banheiro.

Depois dos 80 anos de idade, essa porcentagem pode chegar a 50%, informa a Dra. Kelem de Negreiros Cabral, geriatra no Hospital Sírio-Libanês. “As quedas são um sinal de que algo que não está bem na saúde do idoso”, afirma a médica. “Cerca de 30% a 40% dos idosos que quebram o fêmur não conseguem recuperar totalmente sua capacidade funcional. Ou seja, deixam de realizar diversos movimentos”, conta

Dicas importantes para prevenir as quedas na terceira idade

  • Elimine tudo aquilo que possa ser obstáculo ou provocar escorregões dentro de casa, como fios, tapetes e outros objetos.
  • Instale suportes, corrimãos e outros acessórios de segurança no banheiro, na sala, nos corredores e no quarto.
  • Use sapatos com sola antiderrapante; nunca ande só de meias e substitua os chinelos que estão deformados ou frouxos.
  • Instale iluminação ao longo do caminho da casa, principalmente para chegar até o banheiro.
  • Os armários devem ter portas leves e maçanetas grandes para facilitar a abertura, e as roupas mais usadas devem ficar em lugares de fácil acesso.
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas.
  • Tome os medicamentos sempre no horário correto e informe o médico no caso de algum efeito colateral.

O que fazer se o idoso cair e bater a cabeça

Primeiro – certifique-se que o idoso está bem, consciente e orientado. Caso haja algum sangramento basta inicialmente pressionar com uma toalha ou pano limpo.

Segundo – que condições devemos considerar levá-lo ao hospital?
* idosos que usam algum tipo de anticoagulante ou antiagregante plaquetário, como: marevan (warfarina), aspirina, clopidogrel, etc.
* quando apresentam confusão mental, vômitos, tonturas ou desmaio, sonolência, crises convulsivas, dor de cabeça forte ou alguma alteração neurológica.
* quando há um corte grande ou que sangre muito que provavelmente precisará de pontos para fechar

Terceiro – se a queda não teve maior gravidade nem fatores de risco acima é importante que a família não deixe de OBSERVAR o paciente. Nas primeiras 24-48h devemos estar atentos a qualquer mudança no seu estado neurológico ou de seu comportamento. Qualquer alteração ou sinal de alerta ele deve ser encaminhado ao hospital. Após esse período devemos continuar atentos, isso porque existem hemorragias cranianas crônicas comuns em idosos, como o hematoma subdural crônico, que pode causar sintomas até mais de um mês após o acidente e necessitar de cirurgia!

Mas atenção: essas recomendações são para traumatismos leves, como quedas da própria altura. Traumatismos maiores devem sempre ser avaliados pelo médico.

Dados

O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) analisou a prevalência e os fatores associados a quedas entre idosos brasileiros em áreas urbanas. O ELSI-Brasil mostrou que entre 4.174 idosos 25% já tiveram uma queda. A maior ocorrência foi em mulheres a partir dos 75 anos. O estudo foi financiado pelos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação,

De acordo com o estudo, os principais fatores associados a quedas, além do aumento da idade e do sexo, são:

– Medo de cair devido a defeitos nos passeios;
– Medo de atravessar a rua;
– Artrite ou reumatismo;
– Depressão;
– Diabetes.

Os fatores associados a queda de uma pessoa idosa devem ser observados com cuidado. No caso da diabetes, complicações como a diminuição da visão podem levar os idosos a diminuir suas atividades e aumentar as chances de cair. Outro fato curioso é a maior ocorrência de quedas entres aqueles que relataram medo de cair por defeitos nos passeios e medo de atravessar a rua. Por isso, a importância da integralidade no planejamento de medidas preventivas, que verifique, além de questões ambientais, também problemas relacionados à saúde das pessoas idosas.

O Brasil tinha 28 milhões de idosos em 2016, 13,5% do total da população. Em dez anos, chegará a 38,5 milhões (17,4% do total de habitantes). Em 2042, a projeção do IBGE é de que a população brasileira atinja 232,5 milhões de habitantes, sendo 57 milhões de idosos (24,5%). Em 2031, o número de idosos (43,2 milhões) vai superar pela primeira vez o número de crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos (42,3 milhões). Antes de 2050, os idosos já serão um grupo maior do que a parcela da população com idade entre 40 e 59 anos.

foto: arquivo/divulgação