NÚBIA ISTELA
SALTO – Aconteceu em na segunda-feira (20), a 16ª edição do concurso Zumbi e Dandara, no qual é escolhido a negra e o negro mais bonito da competição. O evento teve a participação de candidatas até do Moçambique, na África.
Segundo Arilton Assunção, idealizador do projeto, diretor-geral e artístico da companhia de dança Faces Ocultas, o desfile é muito mais que a escolha de alguém mais bonito, e sim a confraternização e a representatividade, de um povo que sofreu, que morreu e que ainda luta para ocupar o seu espaço na sociedade, de cabeça erguida, olhos para cima, e ombros abertos.
“Nunca mais esses garotos que participaram aqui hoje serão os mesmos, eles sabem agora que são incríveis, eles vão se aceitar do jeito que são, com os cabelos crespos, e as características de uma miscigenação”, disse. Foram secionados quinze casais e quem foi escolhida Dandara desse ano, foi a modelo Jhenifer Martins, 19 anos, de Paulínia. Ela conta que ganhou um concurso de beleza negra em Campinas. “Eu me preparei para ganhar esse título, estou muito feliz, não tenho palavras para expressar o que estou sentindo”, afirmou.
A faixa de Zumbi 2017, foi passada para o professor de educação física, de 25 anos, Sérgio Deusdeti, “Eu não esperava ganhar, para mim, foi uma surpresa, afinal tem outras pessoas mais experientes, a energia é gigantesca, ainda não caiu a ficha”, brincou.
Sandro Bérgamo é veterano como jurado no concurso, ele é dono da Agência de modelos Fetiche Models, e secretário da cultura de Salto, “Gosto muito desse evento, valoriza muito a raça negra que uma raça lindíssima, e como secretário da cultura apoiar esse evento é uma honra, faz parte do calendário da semana da consciência negra, e quanto a mim, acabo sempre descobrindo novosmodelos aqui no Zumbi e Dandara”, afirmou o empresário.
Esteve presente também o líder do legislativo, Luiz Carlos Batista (PP), o vereador afirma que esse ano, foi fantástico e que superou tudo que já foi feito em relação a essa data. “Esse ano foi realmente especial. Eu não vejo diferença entre cores, para mim, ser humano é tudo humano, mas já que tem, eu agradeço por ter acontecido tudo o que foi feito. Eu nunca sofri pela cor da minha pele, mas meu filho já, para você ver como são as coisas”, enfatizou o presidente da câmara.
De acordo com Arilton o Zumbi e Dandara não tem fins lucrativos, e sim a gratidão pelo significado que evento representa, as vezes falta patrocínio, e até mesmo apoio, mas no final da noite tudo se resume em felicidade.
foto: Núbia Istela/Comando Notícia