
Condutores de Ambulância em Reunião com o presidente da Alesp reforça compromisso para valorização da categoria e equiparação com o piso salarial do Rio de Janeiro.
Na última terça-feira (15/04), o presidente do Sindicato dos Condutores de Ambulância de São Paulo (SINDCONAM-SP), Alex Douglas, participou de uma reunião estratégica com o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, e o secretário da entidade, Rogério Magri. O encontro contou com o intermédio do deputado estadual Simão Pedro (PT) e teve como pauta central a inclusão dos condutores de ambulância no Salário Mínimo Paulista.
O grupo foi recebido pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), André do Prado, dando continuidade à articulação iniciada em janeiro, quando o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Jorge Lima, comprometeu-se a encaminhar a proposta e orientou que o próximo passo fosse uma conversa com a presidência da Alesp.
Durante a reunião, Alex Douglas e Ricardo Patah destacaram a urgência da valorização da categoria no estado de São Paulo, lembrando que o Rio de Janeiro já conta com um piso estadual para os condutores. Alex reforçou ainda o papel essencial desses profissionais, especialmente durante a pandemia:
“Somos cerca de 135 mil Condutores de Ambulância em todo o estado. Perdemos aproximadamente 2.300 colegas na pandemia. Não fomos aplaudidos, tampouco reconhecidos. Tivemos que entrar com mandado de segurança para garantir o direito à vacina, porque ainda não somos considerados oficialmente como parte da saúde”, desabafou o presidente do sindicato.
Atualmente, os condutores de ambulância trabalham em regime 12×36 recebendo apenas o salário mínimo regional. “São Paulo, com todo o seu potencial, ainda não valoriza esses trabalhadores como deveria. O Rio de Janeiro já saiu na frente e tem projeto vigente. Não podemos ficar para trás”, completou Alex.
O deputado Simão Pedro esclareceu que o Governo do Estado pode estabelecer um piso para categorias que ainda não têm um definido por lei federal.
“O ideal é que o Executivo envie um decreto estabelecendo esse piso. A partir daí, o projeto pode ser tramitado na Assembleia”, explicou.
O presidente da Alesp também demonstrou apoio:
“Chegando aqui, ninguém vota contra. Se vem do governo, resolvemos. Temos o maior prazer em votar projetos que valorizam o trabalhador”, afirmou André do Prado.
Patah pontuou ainda que o novo piso servirá como referência para categorias não organizadas por convenção coletiva:
“O valor funciona como indicativo, mas está claro na legislação que os pisos definidos em lei valem para categorias que não têm convenção coletiva estabelecida.”
Agora, o SINDCONAM-SP e a UGT irão articular junto à Casa Civil para que o projeto seja enviado oficialmente à Assembleia Legislativa.
“Já articulamos com governo e oposição. O deputado Simão Pedro, do PT, é nosso aliado, e o presidente da Alesp já sinalizou apoio. Quando o projeto chegar à Assembleia, não haverá objeção”, garantiu Alex Douglas.
Segundo ele, a aprovação será um marco histórico para a categoria:
“Esse avanço vai permitir equiparar salários, garantir mais dignidade, humanização e qualificação para os condutores de ambulância em São Paulo.”
Além disso, o sindicato também busca avançar com o Projeto de Lei 1291/2019, que reconhece oficialmente a profissão de condutor de ambulância no estado e institui um piso salarial.
“Vamos correr com os dois projetos em paralelo. Isso representa um ganho enorme em qualidade de vida para quem hoje precisa se desdobrar em dois ou três empregos para sobreviver”, concluiu Alex.
Com informações: SindConam-SP