CAROL BORSATO*
No ano de 1928 foi fundado em São Paulo, no bairro Ipiranga, o terceiro instituto de cegos chamado Instituto de Cegos Padre Chico, conhecido como Colégio Vicentino Padre Chico. Esta instituição foi construída nos terrenos doados pelo conde José Vicente de Azevedo e sua esposa Cândida Bueno Lopes de Oliveira.
A Escola é administrada pelas irmãs filhas da caridade de São Vicente de Paulo e a missão da escola é educar e evangelizar à luz da pedagogia de São Vicente de Paulo e Santa Luisa de Marillac, para formar cidadãos solidários e comprometidos com a vida em toda plenitude. O Colégio Padre Chico proporciona a educação desde o Ensino infantil ao Ensino fundamental II, fornece o material em Braille, e tem atividades complementares como dança, alimentação e música.
Mas no início, as atividades eram a leitura, escrita em Braille e fabricação de vassouras, e algumas pessoas acham que cego é coitadinho. A pessoa com deficiência visual pode ser produtiva, principalmente quando faz algo que gosta. O Padre Chico, de fato existiu. Seus restos mortais estão localizados no Instituto, a leste do portão de entrada principal, próximo à estátua do próprio Padre, doada em comemoração aos 60 anos de seu falecimento.
Existem muitas instituições de cegos pelo Brasil, cada uma tem sua história e contribuição na vida dos cegos que se reabilitaram lá, umas católicas como é o caso do Instituto de Cegos Padre Chico, outras não são vinculadas à religião. O Colégio Vicentino Padre Chico aceita deficientes visuais de outras religiões e respeita-os.
*Carol Borsato é jornalista e é a primeira repórter deficiente visual da história de Indaiatuba (SP).
fotos: divulgação