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Risco de morte cai drasticamente com tratamento precoce de Covid-19, diz Pazuello

O presidente Jair Bolsonaro recebeu hoje (24), em evento no Palácio do Planalto, um grupo de médicos que defendem o tratamento precoce da Covid-19 com o uso da hidroxicloroquina. Durante a cerimônia, Bolsonaro fez um retrospecto sobre as decisões do Ministério da Saúde a respeito do protocolo de tratamento da doença e lembrou que é o médico que tem a prerrogativa para a prescrição de medicamentos.

Até o mês de maio, o ministério orientava o uso da cloroquina e hidroxicloroquina em casos graves e apenas em pacientes hospitalizados. Nesta segunda-feira, Bolsonaro elogiou a atuação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, que mudou o protocolo, incluindo a possibilidade da prescrição do medicamento em casos com sintomas leves. Para isso, o paciente deve concordar com o tratamento, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.

“Pazuello resolveu mudar a orientação e botou [a possibilidade de receitar] em qualquer situação, de modo que o médico pudesse ter sua liberdade”, disse o presidente.

Em abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu parecer em que não recomenda o uso da droga, mas autoriza a prescrição em situações específicas, inclusive em casos leves, a critério do médico e em decisão compartilhada com o paciente. A hidroxicloroquina é, originalmente, indicada para doenças autoimunes, como malária, lúpus e artrite reumatóide.

Ao atualizar as orientações para o uso dos medicamentos contra Covid-19, o Ministério da Saúde alertou que não há evidências científicas de que a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam eficazes contra a doença, mas considerou a existência de estudos e a larga experiência do uso das drogas a no tratamento de outras doenças infecciosas e de doenças crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em audiência pública no Congresso, o ministro Eduardo Pazuello, disse, recentemente, que os estoques de hidroxicloroquina para auxílio no tratamento da Covid-19 estão zerados no país. Ele destacou que não vê nada de errado em questionar o uso do fármaco para esse fim, mas lembrou que a hidroxicloroquina é demandada pelos estados e municípios ao Ministério da Saúde e que o uso é a critério médico.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda sem receita de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida e ivermectina, esses dois últimos também utilizados no tratamento de Covid-19. O objetivo das novas regras, segundo a Anvisa, é impedir a compra indiscriminada dos medicamentos e garantir estoques destinados aos pacientes que já têm indicação médica para uso desses produtos.

 

Vacina

O ministro da Saúde afirmou ainda que o país está investindo em várias frentes para conseguir a vacina contra o novo coronavírus.

“O Brasil, capitaneado pelo Ministério da Saúde, pela Fiocruz, está fazendo o que há de mais promissor em termos de vacina. Já fizemos um protocolo inicial, uma carta de intenções, fizemos um memorando de entendimentos completo, que originou uma medida provisória de quase R$ 2 bilhões. Os recursos já estão na Fiocruz, para a assinatura efetiva do contrato de transferência dos recursos e de recebimento da tecnologia, equipamentos e insumos para a fabricação da vacina, baseada nas pesquisas da Universidade de Oxford e da empresa AstraZeneca”, disse.

Segundo Pazuello, esta vacina é a melhor opção no momento, pela capacidade de imunização e pelo quantitativo possível de aquisição de insumos para a fabricação de 100 milhões de doses iniciais. Ele destacou também que há iniciativas nos estados, como no Instituto Butantã de São Paulo e Tecpar em Curitiba, para a fabricação da vacina, mas em quantidades menores.

 

Foto: arquivo/Comando Notícia.