Cidades

CPFL vai usar só veículos movidos a eletricidade em projeto piloto em Indaiatuba

Com um programa de investimentos de mais de R $ 45 milhões para ampliar a frota de veículos elétricos, a CPFL Energia lançou na última  quinta-feira, 4, projeto piloto na cidade de Indaiatuba (SP) e passar a utilizar apenas carros movidos a eletricidade na prestação de serviços aos cerca de 90 mil clientes da companhia na cidade.

O projeto inclui o uso, ainda este ano, de 20 veículos elétricos, entre os quais dois caminhões exclusivos que estão sendo desenvolvidos pela Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) . Eles precisam, por exemplo, cesto aéreo, equipamento que funcionários da CPFL utilizam para ter acesso a altos postos e serviços de manutenção da rede elétrica.

Os caminhões movidos a diesel utilizados hoje ficarem funcionando o tempo todo em que o cesto é acionado, gasto em gasto de combustível, emissão de poluentes e barulho. “Com o veículo elétrico vão acabar como esvaziamento de poluentes e sonora, além de reduzir custos com combustível”, afirma Renato Povia, diretor de Estratégia e Inovação da CPFL.

A cidade vizinha a Campinas, onde está a sede da CPFL, também terá 16 eletropostos para recarga. Na frota de veículos haverá automóveis, furgões e picapes preparados para o atendimento à população. Segundo Povia, o objetivo é avaliar todas as fases do processo, incluindo logística, para que a companhia pode preparar se para estender a eletrificação a outras cidades.

Indaiatuba foi escolhida como piloto do projeto pela localização, pelo número de consumidores de energia e por já ter a coleta de lixo feito com veículos elétricos. O município também é formado por áreas urbanas e rurais, com terrenos planos e com relevos. “É importante que seja uma cidade em que a gente consiga replicar uma operação real em qualquer outra”, informa Povia.

A CPFL atende cidades do interior de São Paulo e do Rio Grande do Sul que somam 10 milhões de consumidores. “A ação é inédita no Brasil por se tratar do uso de carros operacionais com implementos totalmente adaptados para uma operação de campo como furgão e picape com armários para serviços técnico-comerciais, caminhão com escada central e cesto aéreo”, afirma Povia.

Além da VWCO, o projeto, chamado de Laboratório de Mobilidade Elétrica, tem parcerias com a Siemens (desenvolvimento de carregadores), BYD e JAC (importadoras), Senai Cimatec (desenvolvimento e aplicação de carrocerias e implementos) e Gesel, grupo de estudos do setor elétrico da UFRJ que faz estudos sobre impactos ambientais, regulação e incentivos.

Para aquisição dos 20 veículos, a CPFL iniciou o processo de cotação entre as empresas que constituem esses produtos no País como BYD, JAC, Renault e General Motors.

Serão investidos R $ 20 milhões no projeto piloto, de um total de R $ 45 milhões obtido até 2024 para impulsionar a mobilidade elétrica no País. Com os resultados da experiência, a empresa iniciará processo gradual e longo prazo de substituição de toda a sua frota, hoje de 4,5 mil veículos, modelos elétricos. Hoje a CPFL tem 14 veículos movidos a energia.

A companhia tem outros quatro projetos em andamento, como um ônibus circular da BYD, que tem fábrica em Campinas, para o transporte interno na Unicamp. “É um transporte gratuito que percorre, desde setembro, em média 250 km por dia sem familiar”, diz Povia.

Também trabalha no desenvolvimento de postos alternativos de abastecimento com energia solar, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco e o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipen), e outro que estuda a segunda vida das baterias para evitar impactos ambientais do descarte. Por fim, trabalha no desenvolvimento de uma plataforma para gestão de veículos elétricos e eletropostos junto com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD).

“Vamos instalar eletropostos, comprar ou alugar veículos para podermos estudar uma infraestrutura de recarga e a utilização desses postos, por meio da plataforma online que, por exemplo, vai informar o melhor local para o usuário fazer a recarga e ainda fazer o pagamento online”, informa o diretor da CPFL. A previsão é que a funcionar a funcionar no semestre segundo.

Essas ações fazem parte do plano de sustentabilidade da companhia que contempla investimentos de R $ 1,8 bilhão de 2020 a 2024 para viabilizar a transformação do setor de energia no Brasil e reduzir os impactos gerados pela natureza do negócio.

“Queremos impulsionar uma transição para uma forma mais sustentável e inteligente de produzir e consumir energia, maximizando os impactos positivos na comunidade e na cadeia de valor”, afirma o executivo. A empresa assumiu o compromisso de reduzir em 10% o indicador de intensidade de carbono de suas atividades em quatro anos.

Com informações: CPFL